TORRE DO RELÓGIO
A bandeira
do tempo tremula
trêmula no alto do altar do prédio
da antiga fábrica têxtil,
enquanto o apito ressoa,
monofônico,
ao meio-dia de um dia e meio,
convocando o passado operário
de volta ao presente batente
para, de mãos dadas,
baterem o ponto e, ponto a ponto,
nos olhos de um ponto cego,
tecerem o futuro
que um dia
vestirá o uniforme
de um novo
pretérito.