CRIME ORGANIZADO

Além do tráfico, PCC já atua na política e no mercado financeiro

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Editor-chefe de OVALE
Reprodução

O PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que teve como "berço" o Vale do Paraíba e criou um império do crime, decidiu diversificar os seus "negócios", de olho en lucros bilionários. Antes focado no tráfico de drogas, o PCC direciona seu foco para o mercado financeiro e o ambiente político.

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A afirmação é do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e foi proferida nesta quinta-feira (25), durante a coletiva de imprensa que detalhou a Operação Spare, deflagrada pelo Ministério Público em conjunto com a Polícia Militar, Receita Federal, Procuradoria-Geral do Estado e Secretaria da Fazenda.

"As facções criminosas passaram muito tempo priorizando o tráfico de entorpecentes, mas novas estruturas têm possibilitado que elas atuem em outras frentes, inclusive na economia formal e no ambiente político", disse o PGJ.

Em 2024, a Operação Decurio denunciou 19 acusados de movimentar R$ 8 bilhões para financiar candidaturas ligadas ao PCC em municípios paulistas, incluindo Ubatuba e São José dos Campos.

Operação.

A Operação Spare mirou um esquema de jogos de azar, combustíveis adulterados e lavagem de dinheiro por meio de uma fintech ligada à facção. Um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e que movimentou R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024 tem elo com a RMVale.

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades paulistas, com a apreensão de quase R$ 1 milhão em espécie, celulares, computadores e uma arma de fogo.

Segundo o promotor Silvio Loubeh, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o esquema começou a ser desvendado após a apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos clandestinos, em Santos, que estavam ligadas a postos de combustíveis. O dinheiro era direcionado para uma fintech usada para disfarçar a origem ilícita dos recursos.

Rede.

As investigações revelaram que a rede criminosa também controlava postos de combustíveis, motéis e empresas de fachada, movimentando milhões de reais. A Receita Federal apontou que o PCC já controla ao menos 40 fundos de investimento com patrimônio superior a R$ 30 bilhões (veja aqui).

A Operação Spare é um desdobramento da Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que desarticulou esquema semelhante no setor de combustíveis.

Autoridades reforçaram que a facção criminosa tem buscado novas formas de branqueamento de capitais, com foco em fraudes fiscais, importação de petróleo e fundos de investimento, o que exige fiscalização permanente.

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