A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) mantém uma espécie de “elite do crime”, chamada de “Sintonia dos 14”, que garante a seus integrantes salário fixo, moradia, veículo e regalias exclusivas. O grupo, considerado o alto escalão da facção, está diretamente ligado à “Sintonia Final”, a cúpula do PCC, e tem papel estratégico nas ações do crime organizado em todo o país.
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Apontada como responsável pela “sentença de morte” do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, executado em uma emboscada na Praia Grande (SP), na noite de segunda-feira (15), a “Sintonia dos 14” é tratada pelo Ministério Público como uma espécie de Suprema Corte da facção.
Diferente dos demais membros, os “irmãos” que integram a tropa de elite não precisam pagar o chamado “caixote” ou “cebola” — a mensalidade obrigatória do PCC — e ficam isentos de rifas e outras contribuições. Além disso, recebem remuneração e benefícios como casa e carro, privilégio que reforça seu status dentro da hierarquia criminosa.
Segundo relatório do Ministério Público, o grupo é formado por “pouquíssimos integrantes com elevado poder decisório”, que atuam diretamente em parceria com a cúpula da facção.
De “Quadro dos 36” à “Sintonia dos 14”
Antes chamada de “Quadro dos 36”, a tropa de elite passou por uma reestruturação interna, reduzindo o número de membros para 14. A mudança teria sido feita para aumentar o sigilo das operações e facilitar o controle das decisões estratégicas.
Além de administrar as finanças do PCC, utilizando contas bancárias de terceiros para lavagem de dinheiro, a Sintonia também atua como um braço de inteligência da facção. Entre suas atribuições, está o levantamento de informações sobre agentes públicos e ex-integrantes que podem ser executados por ordem do crime organizado.
Dentro da própria Sintonia, existe ainda a “Sintonia Restrita”, uma célula destinada a tratar de assuntos de extrema relevância e sigilo, como a definição de alvos prioritários.
Origem da facção
O PCC foi criado em Taubaté, no dia 31 de agosto de 1993, no Piranhão, pavilhão anexo à Casa de Custódia. Desde então, tornou-se a maior organização criminosa do país, movimentando dezenas de bilhões de reais com o tráfico de drogas, extorsão e outros delitos.