MÁFIA DO APITO

Ex-árbitro Edílson critica bets: 'há dinheiro, há corrupção'

Por Guilhermo Codazzi e Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
OVALE
Ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho na redação de OVALE
Ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho na redação de OVALE

Onde há dinheiro, há corrupção.

Essa é a opinião do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, 63 anos, sobre as bets, as plataformas de apostas esportivas on-line que dominam o mercado atualmente, incluindo o patrocínio de times de futebol.

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Segundo ele, o país vive uma espécie de “liberou geral” com a chegada das plataformas, que tornaram-se quase uma unanimidade no meio do futebol.

“Não impede nada de nenhum jogador, de nenhum árbitro de colaborar com eles e ganhar o seu dinheiro”, disse Edílson, que foi banido do futebol por ter-se envolvido com a chamada “Máfia do Apito”, escândalo de manipulação de resultados no futebol brasileiro em 2005.

“Onde há muito dinheiro, há corrupção. E o futebol envolve muito dinheiro, milhões, milhões e milhões, é muito dinheiro”, completou Edílson em entrevista ao Documento OVALE Cast, podcast especial de OVALE.

O Documento OVALE Cast, podcast que investiga e aprofunda temas de grande relevância, conta com a participação do editor-chefe de OVALE, Guilhermo Codazzi, e do repórter especial Xandu Alves.

Confira o trecho da entrevista com o ex-árbitro.

Hoje as apostas estão nas camisas dos clubes, há clubes que têm até as suas próprias bets, elas estão nas placas de publicidade, enfim, estão em todos os lugares. O senhor acredita que essa proliferação de apostas facilita eventuais desvios, seja de árbitro, seja de atletas?

Em primeiro lugar, onde há muito dinheiro, há corrupção. Seja qual setor for. Qualquer setor. É minha opinião. Aonde há muito dinheiro, há corrupção. Eu moro no Brasil, e no Brasil principalmente. Site de apostas no futebol que envolve muito dinheiro, milhões, milhões e milhões, é muito dinheiro. Muito mais agora com os sites de apostas. E agora liberou geral para o governo ter uma lasquinha de cada site, certo?

Não impede nada de nenhum jogador, de nenhum árbitro de colaborar com eles e ganhar o seu dinheiro. Como houve com esses dois jogadores [Lucas Paquetá e Bruno Henrique] de seleção brasileira que ganham milhões e são jogadores conhecidos. E os que a gente não sabe, que não estão na televisão? Existem? Penso que sim. Quem? Não sei. Eu penso que existe. Por quê? Ninguém fala do Joãozinho, né? Fala de grandes nomes. Como teve no Amazonas, no Acre, em Goiânia há 1 ano e dois que foram banidos do futebol. Eu não sei nem o nome deles. Eles deram entrevista para outros podcasts por aí que eu vi.

Mas não são iguais a esses dois jogadores conhecidíssimos [Bruno e Paquetá], e foram banidos. Esses dois jogadores até agora estão jogando. Não deveriam. Deveriam ser banidos. Nada contra os dois. Aliás, o que eu tenho a ver com Lucas Paquetá e Bruno Henrique? Absolutamente nada, mas tem que servir de exemplo para outros jogadores não fazerem isso, não destruírem a sua família, não destruírem o futebol, para os torcedores continuarem acreditando que o futebol é honesto.

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