PREFEITURA

Prefeito de Jacareí aponta ameaça e vai andar de carro blindado

Por Jesse Nascimento | Jacareí
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Vale 360 News
Prefeito de Jacareí, Celso Florêncio
Prefeito de Jacareí, Celso Florêncio

A Prefeitura de Jacareí publicou no Diário Oficial do Município, no dia 27 de junho, o edital de contratação para locação de um carro blindado ao prefeito Celso Florêncio (PL), por 24 meses, no valor mensal de R$ 14.990, totalizando R$ 359.760 no período.

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A medida visa garantir a segurança do chefe do Executivo em compromissos oficiais dentro e fora da cidade. A medida foi confirmada pelo prefeito em entrevista ao repórter Jesse Nascimento, na terça-feira (8).

Segundo o edital, trata-se da locação de veículo sedan blindado nível III-A, com manutenção completa, gestão e suporte técnico, sem condutor, disponível de forma contínua ao prefeito, visando “condições adequadas de mobilidade, segurança e eficiência no deslocamento do prefeito em compromissos oficiais, dentro e fora dos limites territoriais do município”.

Na entrevista, o prefeito detalhou o contexto que motivou a decisão: “Olha, desde o começo do mandato, começamos a fazer uma punição a empresas que prestam um mau serviço. A gente começou a multar, notificar, fiscalizar incisivamente. Só de multas que o município deu a grandes empresas que prestam mau serviço ao município, a gente tá falando de 40 milhões de reais”.

Fiscalização.

Florêncio explicou que essa postura de fiscalização resultou na rescisão de contratos de empresas que atuavam em Jacareí há décadas. “Algumas empresas, inclusive, saíram, rescindiram o seu contrato com a prefeitura por ter uma fiscalização de que é preciso cumprir o que está no contrato. Só que isso acaba também gerando certa insegurança ao chefe do Executivo, que é quem responde por essas ações”.

O prefeito de Jacareí destacou que está mexendo com interesses que vão muito além do que se imagina. “Mesmo a gente achando que estamos numa situação tranquila, a gente está mexendo com interesses milionários e em alguns casos bilionários. Então, é para a gente poder ter segurança para manter essa fiscalização forte, firme, incisiva, que traz recursos e uma economia gigantesca”.

De acordo com Florêncio, em menos de seis meses de mandato, mais de R$ 40 milhões voltaram para os cofres públicos municipais em razão de serviços mal prestados por empresas. “Menos de seis meses, mais de 40 milhões voltaram para os cofres públicos municipais, oriundos de serviços maus prestados por empresas que estão há décadas na nossa cidade”.

Segundo ele, manter esse trabalho de fiscalização exige coragem e segurança, especialmente em um contexto em que decisões podem desagradar interesses poderosos.

“Então, para a gente ter a segurança e continuar fazendo esse trabalho, inclusive tomando medidas polêmicas, mas que desagradam muitas pessoas, mas que tem o bem comum acima de tudo.”

Rave cancelada.

Florêncio citou como exemplo a decisão de cancelar uma rave que pretendia reunir 100 mil pessoas em Jacareí em apenas dois dias, mas que não apresentou as documentações necessárias.

“Como cancelar uma rave de 100 mil pessoas em dois dias, que teria 50 mil pessoas por dia, por não ter entregue as documentações e os laudos. Imagine Jacareí com uma rave dessa proporção, com pessoas totalmente de fora, que iriam para a cidade e sem que tivesse comprovado toda a documentação exigida por lei.”

“A partir do momento em que a gente começa a tomar ações que têm o bem público em primeiro lugar, mas que desagrada muitos interesses, é importante manter certa cautela e segurança”, afirmou.

Questionado se recebeu alguma ameaça real, o prefeito confirmou, mas preferiu não detalhar. “Está em segredo de justiça, prefiro não falar sobre o assunto, até para manter segurança”.

E completou: “A partir do momento em que a gente desagrada muito, a gente tem uma certa cautela, e não só para mim, mas também para toda equipe que está junto comigo, que anda no carro. A gente sabe que muitas vezes é mais barato atacar um prefeito do que receber uma multa”.

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