
Após os trabalhadores de ônibus aprovarem estado de greve nas três maiores cidades do Vale do Paraíba, a Busvale (Associação Valeparaibana das Empresas de Transportes de Passageiros) defendeu a negociação como “melhor caminho para manter a operação do transporte público nas cidades de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, protegendo assim os milhares de usuários que dependem do serviço diariamente”.
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Em comunicado, a entidade disse que “permanece aberta ao diálogo e às tratativas da campanha salarial 2024/2025, processo que, até o momento, vem ocorrendo de forma positiva”. E completou dizendo que “qualquer paralisação do sistema, neste contexto, será recebida com surpresa”.
Trabalhadores aprovaram estado de greve no dia 13 de junho e aguardaram até a última sexta-feira (20) por uma proposta considerada convincente pela categoria. “Se não houver proposta cabível de aprovação em assembleia, o transporte pode parar nas três cidades”, disse o presidente do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Ronaldo Costa.
A proposta patronal, que foi rejeitada pelos trabalhadores, incluía 5,50% de reajuste salarial (5,32% de reposição inflacionária + 0,18% de ganho real) e 4,5% de reajuste nos benefícios.
A Busvale disse que o índice de reajuste proposto pelas empresas representadas pela associação mantém o salário nominal da categoria na RMVale como “o mais alto do país”. “Nos dois últimos ciclos (2023/2024), foi concedido um aumento real de 2%, além da reposição integral da inflação”, disse a entidade.
“Esses dados reforçam o compromisso da Busvale com o diálogo, a valorização dos profissionais e a construção de consensos que assegurem o funcionamento do transporte coletivo”, afirmou a associação.
Foram realizadas quatro rodadas de negociação entre o sindicato e as empresas, todas sem acordo. As tratativas envolvem as empresas Saenz Penha, Joseense e Maringá (São José dos Campos), JTU (Jacareí) e TAU (Taubaté).
“Paralisação não é boa para ninguém, nem para os trabalhadores, nem para a população, mas sem proposta justa não há outro caminho”, disse Costa.
No dia 19, o presidente do sindicato gravou uma mensagem pública reafirmando o prazo final de 20 de junho para o recebimento de uma contraproposta viável por parte das empresas. Não houve avanços e a paralisação poderá ser formalmente decretada, dentro dos prazos legais de comunicação.
Nova assembleia deverá ser convocada para deliberar sobre a deflagração da greve, que poderá ser iniciada já nos próximos dias, cumprindo os trâmites legais exigidos.
Caso a greve seja efetivada, cerca de 350 mil passageiros que utilizam diariamente o transporte coletivo nas três maiores cidades do Vale do Paraíba poderão ser diretamente afetados.