
Treze detentos do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caraguatatuba foram identificados como autores ou apoiadores diretos do motim com incêndio no presídio, na noite da última sexta-feira (20), por volta das 20h. Nenhum deles apresentava ferimentos quando foram retirados das celas.
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Na ocasião, detentos atearam fogo em objetos dentro da cela e arremessaram os materiais em chamas no corredor da unidade. A fumaça intensa se espalhou rapidamente pelo setor de inclusão, exigindo uma operação emergencial dos servidores da penitenciária.
A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia de Caraguatatuba como crime de dano ao patrimônio público e motim de presos, todos tipificados como crimes consumados. Ninguém ficou ferido, mas os danos à estrutura da unidade foram expressivos.
De acordo com o relato de um policial penal, os primeiros sinais da ocorrência foram percebidos por um servidor da muralha, que informou a existência de uma grande quantidade de fumaça saindo do setor de inclusão. Quatro agentes penitenciários deslocaram-se rapidamente ao local e constataram que havia fogo.
Motim.
Os detentos começaram a bater nas portas das celas, pedindo para serem retirados. No entanto, devido à densa fumaça, os agentes não conseguiram acessar imediatamente o setor.
A equipe iniciou, então, um procedimento de contenção do incêndio, abrindo portas dos setores adjacentes para ventilação e utilizando um ventilador improvisado como exaustor, além de máscaras e toalhas molhadas para avançar pelos corredores.
Com a chegada dos diretores, às 20h35, foi possível organizar a retirada dos detentos do setor com segurança. Todos foram encaminhados ao setor de RCD (Regime Disciplinar). Ao serem questionados sobre o motivo do incêndio, os internos afirmaram: “É tumultuar mesmo e já era”.
O responsável por iniciar o fogo, segundo os próprios presos, foi um presidiário de 32 anos, que já havia colocado fogo em uma cela do setor RCD mais cedo naquele mesmo dia. Por essa razão, ele havia sido transferido para o setor de inclusão.
De acordo com o boletim, os demais detentos não se opuseram à ação do autor no presídio de Caraguatatuba. Ao contrário, declararam que estavam “fechados com o parceiro”, apoiando a atitude.
O isqueiro utilizado para acender os objetos foi supostamente fornecido por presos da cela 2, identificados como três jovens de 20, 23 e 28 anos. No total, 13 internos foram identificados como autores ou apoiadores diretos da ação. Nenhum deles apresentava ferimentos quando foram retirados das celas.
Após a contenção das chamas no presídio de Caraguatatuba e o controle da situação, foi possível verificar os danos provocados pelo incêndio. Foram destruídos colchões, lâmpadas, vidros das janelas e paredes internas do setor.
A Polícia Civil classificou o caso como de autoria conhecida e orientou a administração do CDP sobre os prazos legais para o oferecimento de queixa-crime, caso optem por representação judicial individual.
Estado.
A Polícia Penal do Estado de São Paulo informou que, na última sexta-feira (20), por volta das 18h, um custodiado que estava em cela individual ateou fogo em um colchão e o lançou no corredor. "A equipe de policiais penais agiu rapidamente e controlou as chamas. Ninguém ficou ferido", disse.
"O Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba segue operando dentro dos padrões de segurança e disciplina. Foi instaurada uma Apuração Preliminar para apurar as circunstâncias do ocorrido", informou.