TRILHOS EM CRUZEIRO

Trajeto de trem feito por Dom Pedro 2º será reaberto no Vale

Por Da redação | Cruzeiro
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/ABPF
Locomotiva passou por restauro nas oficinas de Cruzeiro
Locomotiva passou por restauro nas oficinas de Cruzeiro

Trecho de 6,5 quilômetros da histórica Estrada de Ferro Minas e Rio será reinaugurado no Vale do Paraíba, no próximo dia 5 de julho, na cidade de Cruzeiro. Trata-se da ferrovia que teve o imperador Dom Pedro 2º como passageiro em sua viagem inaugural, em 1884.

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A linha férrea também ficou marcada por combates sangrentos durante a Revolução de 1932. A recuperação do trecho foi feita pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária). O projeto foi batizado de Expresso da Mantiqueira.

Na reinauguração, um vagão com 52 lugares será puxado por uma locomotiva diesel-elétrica Alco 3507, fabricada em 1958, nos Estados Unidos, que operou até 1999. A máquina ia ser cortada como sucata, mas foi adquirida para fazer manobras no Porto de Santos. A ABPF a comprou em 2017 e a locomotiva passou por restauro nas oficinas de Cruzeiro.

A estreia do trecho aproveitará um evento de ferromodelismo que acontece na cidade na mesma data, na estação ferroviária de Cruzeiro. “O trecho está concluído de Cruzeiro até a Estação Rufino de Almeida, que fica no pé da serra. Essa viagem será um termômetro para a gente programar viagens ao menos uma vez por mês”, disse Bruno Crivelari Sanches, da ABDF regional sul de Minas, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Nessa pré-estreia, o trem partirá da estação central de Cruzeiro, km 0 da ferrovia Minas e Rio, e seguirá em direção à estação Rufino de Almeida, localizada no km 6 da ferrovia, no pé da Serra da Mantiqueira, logo após o primeiro túnel da ferrovia, totalizando 12 km de passeio (ida e volta).

Projeto.

O projeto do Expresso da Mantiqueira é o maior já assumido pela associação desde sua criação. Além de ser uma ferrovia histórica, o traçado percorre encostas da Mantiqueira, passando por belas paisagens que mostram a exuberância da serra.

A recuperação está sendo executada com recursos da entidade, além do apoio institucional da prefeitura de Cruzeiro e doações de materiais feitas pela CPTM  (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A ferrovia estava inativa há 30 anos e, em muitos pontos, não havia mais trilhos nem dormentes. Os serviços incluíram a recuperação do pátio da estação de Cruzeiro, o desaterramento de trechos da linha que tinham sido cobertos por asfalto com a construção de ruas urbanas e a substituição de todos os dormentes.

Sanches contou que, em alguns lugares, foi preciso remover passagens de nível clandestinas e negociar a saída de invasores que tinham se estabelecido na linha. A estação de Rufino precisou ser restaurada. Apenas para recompor o lastro da linha férrea foram usadas 2,5 mil toneladas de brita.

A próxima etapa prevê reconstruir outros 17 quilômetros de trilhos, o que vai implicar na recomposição de aterros que ruíram e retirada de barreiras que caíram sobre os trilhos. O novo trecho vai passar pela Garganta do Embaú e vencer um desnível de 553 metros para subir a serra até o Túnel da Mantiqueira.

O projeto prevê a integração do Expresso Mantiqueira, o trem turístico paulista com o mineiro, e do Trem Serra da Mantiqueira, que a ABPF já opera do outro lado do túnel.

* Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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