As lembranças estão por toda parte: a bicicleta encostada na garagem, os desenhos guardados com carinho, e o silêncio que agora toma conta da casa onde antes havia crianças brincando e pipoca no chão. Bryan Schroll, de apenas 9 anos, morreu após passar mal na escola em Taubaté, e a mãe, inconformada, busca respostas para a perda repentina do filho.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
“O Bryan era meu companheiro. Tudo se preocupava. ‘Mamãe, onde você vai?’, ‘Mamãe, você volta logo?’”, relembra, com emoção, a mãe do menino. Segundo ela, a relação entre os dois era de muita proximidade e afeto. “Ele só ensinou pra gente amor, paciência, companheirismo”, afirmou em entrevista à Band Vale. O garoto morreu em 8 de março.
Ele passou mal durante o período escolar, no bairro Chácara Flórida. Por volta das 15h, começou a se queixar de fortes dores de cabeça. A escola avisou a mãe, que foi buscá-lo. Ela o levou para casa, acreditando que repouso e um remédio poderiam ajudar. Mas o quadro se agravou.
“Ele estava convulsionando, eu tirava a baba do rosto dele, batia nas costinhas. Peguei ele no colo e fui correndo para a sala de emergência da UPA”, contou. De lá, Bryan foi encaminhado ao Hospital Municipal de Taubaté, mas não resistiu e faleceu na madrugada de sábado.
“Eu quero saber o que aconteceu com o meu filho”
Com a causa da morte ainda desconhecida, a mãe cobra agilidade nas investigações. “Uma criança teve um AVC, sangramento pulmonar e gastrointestinal... Essa que é a incógnita que a gente está.” O laudo do exame toxicológico do Instituto Médico Legal, segundo ela, ainda não foi entregue. “Inicialmente, o prazo era 30 dias. Já está chegando em 60. E até agora, nada. Eu vou quase todos os dias atrás de resposta”, desabafa. “As pessoas falam: ‘tem que ter paciência’. Mas como você vai ter paciência vivendo o que eu estou vivendo?”
Nas gravações do circuito de câmeras, Bryan aparece brincando durante uma aula de dança pela manhã. No entanto, à tarde, já demonstra sinais de mal-estar após a aula de educação física. Ele é visto encostado em uma parede, segurando a cabeça, e depois, cabisbaixo no refeitório. Funcionárias o acompanham até a saída da escola após ele vomitar.
A mãe questiona o acompanhamento do filho na unidade. “Ele estava em sofrimento, coçando a cabeça, chorando... O que eu vejo nisso tudo é uma falta de atenção no amor da vida do outro. Porque o meu filho era o amor da minha vida.”
Bryan era apaixonado por jiu-jitsu, desenhos animados e arte. Recentemente, havia descoberto o gosto por dobraduras e costumava reproduzir com perfeição personagens em seu caderno. “Ele não sabia que ia ser graduado. Achava que seria apenas homenageado. Ficou feliz da vida.”
Agora, o que restam são lembranças e uma dor profunda. “Minha casa é vazia, minha casa é fria. Eu só quero saber o que aconteceu com o meu filho.”