
"Intoxicação por outras substâncias que atuam primariamente sobre o aparelho gastrointestinal".
Este foi o diagnóstico inicial recebido pelo menino Bryan Schroll, de 9 anos, que morreu no último dia 8, um dia após passar mal na escola municipal José Sant’Anna de Souza, em Taubaté. O laudo sobre a causa da morte ainda não foi divulgado.
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OVALE apurou que, ao ser atendido na unidade de saúde, o menino recebeu o diagnóstico inicial de "intoxicação". O caso segue em investigação pela Polícia Civil.
O menino passou mal na sexta-feira (7) e a escola chamou os pais. Ele foi levado para a casa, não melhorou e foi encaminhado à UPA do Cecap. O quadro agravou e Bryan foi transferido de ambulância para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté). Durante o atendimento, a criança não resistiu e morreu às 3h30 de sábado.
Justiça.
Em entrevista à TV Record, Juliana Ceconi, 33 anos, e o marido, Inácio Schroll, pai de Bryan, fizeram um apelo por justiça e cobraram explicações sobre as circunstâncias que levaram à morte do filho.
“Se tivessem levado meu filho para o hospital imediatamente, ele poderia estar vivo. A escola tinha autorização para isso e não fez nada”, desabafou Juliana.
Na sexta (7), Bryan chegou à escola normalmente e participou das atividades do dia sem apresentar qualquer problema de saúde, segundo relataram professores. No entanto, no período da tarde, ele começou a sentir fortes dores de cabeça e foi até a secretaria da escola em busca de ajuda.
Um áudio gravado por uma funcionária, enviado à mãe, mostra a preocupação com o estado do menino. “O Bryan veio aqui chorando muito, dizendo que estava com dor de cabeça. Ele não para de chorar e está meio pálido”, disse a funcionária.
A escola entrou em contato com a mãe, que buscou Bryan, mas a situação piorou rapidamente. Já em casa, o menino começou a babar excessivamente e demonstrou dificuldades para engolir. Em poucos minutos, sofreu convulsões.
“Foi tudo muito rápido. Ele começou a salivar muito, parecia que estava engasgado. Quando tentei ajudá-lo, ele já estava sem forças”, relatou Juliana à TV Record.
O menino foi levado para uma unidade de saúde e depois transferido para a UTI pediátrica do Hospital Municipal Universitário de Taubaté, mas não resistiu.
Outros alunos.
No mesmo dia, outros pais relataram que seus filhos também apresentaram sintomas semelhantes após saírem da escola. Alguns tiveram febre, vômito e dores de cabeça.
“Meu filho chegou em casa com febre de 38,1°C. Vomitou muito e reclamava de dor na barriga”, disse uma mãe, que preferiu não se identificar.
Essa coincidência levantou suspeitas sobre uma possível intoxicação alimentar ou exposição a alguma substância tóxica no ambiente escolar. Os médicos solicitaram o cardápio do dia para avaliação, mas até o momento não há confirmação de que a alimentação tenha sido a causa.
A Prefeitura de Taubaté informou que disponibilizou as imagens das câmeras de segurança para a Polícia Civil e que a família teve acesso a todas as imagens gravadas pelas câmeras no período em que o menino esteve na escola. Os pais de Bryan alegam que tiveram acesso apenas a um compilado dos vídeos.
Segundo Inácio, ao assistir às imagens disponíveis, ficou claro que Bryan passou mal e ficou sem atendimento adequado por um longo período. “Ele estava se contorcendo, parecia até desmaiar em alguns momentos. Ele ficou muito tempo sozinho, e ninguém tomou uma atitude”, criticou o pai.
Ainda de acordo com ele, a prefeitura se comprometeu a liberar as imagens completas apenas para a polícia. “Por que esconder essas imagens da família? Se não tem nada a temer, por que não nos mostram?”, questionou Inácio na entrevista à TV Record.
Investigação.
A Polícia Civil segue investigando o caso como morte suspeita. O exame toxicológico foi solicitado para determinar se Bryan ingeriu alguma substância tóxica e, em caso positivo, qual foi a origem.
A escola e a Secretaria de Educação de Taubaté afirmam que tomaram todas as medidas cabíveis e estão colaborando com a investigação. No entanto, para os pais, ainda há muitas perguntas sem respostas.
“Eu só quero saber o que aconteceu com o meu filho. Ele saiu de casa feliz e voltou sem vida”, declarou Juliana, emocionada.
Enquanto aguardam os laudos finais, a família de Bryan segue buscando explicações e justiça para o menino de 9 anos que teve sua vida interrompida de forma repentina e misteriosa.
Errata: Diferentemente do informado inicialmente, o laudo sobre a morte de Bryan ainda não foi divulgado.