
Em uma troca de mensagens incluída na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal), o major-brigadeiro da Aeronáutica Maurício Pazini Brandão, de São José dos Campos, afirmou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que a sua tropa ainda estava com "sangue nos olhos" para dar continuidade ao plano de golpe de Estado. Pazini não foi incluído na denúncia.
A mensagem, de acordo com a investigação, foi enviada no dia 2 de janeiro de 2023, dois dias após a posse de Lula (PT) e seis dias antes da invasão da Praça dos Três Poderes por militantes bolsonaristas.
“O plano foi complementado com as contribuições de sua equipe. Aguardamos na esperança de que será implementado. Bom dia. A ‘minha tropa’ (hehehehe) continua com ‘sangue nos olhos’… bom dia. Feliz Ano Novo. Conversa hoje com o Amir. Desmobilizamos a tropa ou permanecemos em alerta?”, diz a mensagem.
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Pazini é formado engenheiro aeronáutico pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), na turma de 1978, tendo ainda mestrado pelo ITA em 1983, com doutorado em Engenharia Aeronáutica e Astronáutica pela Universidade de Stanford. Ele também foi professor do ITA, pelo menos, entre 1979 e 2024 -- procurado por OVALE, o ITA ainda não respondeu se Pazini segue em seu corpo docente; em seu linkedin, ele se apresenta como professor de engenharia aeroespacial no ITA. Na instituição, o major-brigadeiro exerceu diversos cargos administrativos em níveis de chefia de Departamento, Divisão, Direção, Congregação e Pró-Reitoria.
Pazini foi chefe da Divisão de Sistemas Aeronáuticos do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de 1996 a 2000. Foi Diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José, de 2000 a 2005, de acordo com o site 'Escavador'.
Denúncia.
Na noite desta última terça-feira (18), a Procuradoria denunciou criminalmente Bolsonaro e outros 33 acusados por tentativa de golpe de Estado após a derrota no pleito de outubro de 2022, em um enredo subterrâneo que culminou na invasão da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, e que incluía um plano para assassinar Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), eleitos presidente e vice, além do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Dois personagens centrais da trama golpista, de acordo com a PGR, têm íntima relação com o Vale: tratam-se do general da reserva Mario Fernandes, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro que preside o Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para 'auditar' as eleições gerais de 2022.