DENÚNCIA DA PGR

Bolsonaro: General e engenheiro do Vale estão na trilha do golpe

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Editor-chefe de OVALE
Reprodução
Bolsonaro foi denunciado criminalmente ao Supremo
Bolsonaro foi denunciado criminalmente ao Supremo

A RMVale na trilha do golpe.

Dois personagens centrais da trama golpista, denunciada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal), têm íntima relação com o Vale do Paraíba: tratam-se do general da reserva Mario Fernandes, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro que preside o Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para 'auditar' as eleições gerais de 2022.

Na noite desta última terça-feira (18), a Procuradoria denunciou criminalmente Bolsonaro e outros 33 acusados por tentativa de golpe de Estado após a derrota no pleito de outubro de 2022, em um enredo subterrâneo que culminou na invasão da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, e que incluía um plano para assassinar Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), eleitos presidente e vice, além do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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De acordo com a PGR, o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes foi elaborado pelo General da reserva Mario Fernandes, que comandou a 12° Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel, sediada em Caçapava, e foi secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência no governo Bolsonaro.

General Mário Fernandes cumprimentando o então presidente Jair Bolsonaro (PL)

Ele permaneceu por aproximadamente dois anos na unidade do Vale, tendo sido homenageado pela Câmara com o título de cidadão caçapavense, em 18 de julho de 2018 --  ano em que deixou a brigada.

Segundo as investigações, Fernandes teria imprimido o planejamento para matar Lula e Moraes em de 9 de novembro de 2022 no Palácio do Planalto. Cerca de 40 minutos depois, foi até o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência então ocupada por Bolsonaro.

 O planejamento operacional, chamado de "Punhal Verde e Amarelo", previa o uso de metralhadoras, explosivos e o envenenamento de Lula e de Moraes. A meta era impedir a posse da chapa Lula-Alckmin.

A Procuradoria acusa Bolsonaro dos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado. Entre os outros 33 nomes, há 23 militares, além de políticos, policiais, assessores e um jornalista.

Urnas eletrônicas.

Formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos, em 1977, o engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, que se diz um dos criadores das urnas eletrônicas, está entre os denunciados.

Ele é presidente do Instituto Voto Legal, aberto em novembro de 2021 e contratado pelo PL no ano seguinte, para "auditar" as eleições presidenciais. As urnas eletrônicas, criadas em São José, foram atacadas, sem provas, por Bolsonaro no curso da campanha daquele ano.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (dir) ao lado de Moraes e Valdemar Costa Neto em visita ao TSE

O Voto Legal, sem nenhuma evidência, apontou, quatro dias antes do primeiro turno, que as urnas poderiam ser fraudadas por servidores do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Depois da vitória de Lula, no dia 22 de novembro, ele esteve ao lado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em uma coletiva, para apresentar, mais uma vez sem provas, as supostas irregularidades nas urnas eletrônicas.

A denúncia da PGR aguarda análise do STF. Veja aqui a lista dos 34 denunciados por envolvimento na trama golpista.

Comentários

1 Comentários

  • Rafael 19/02/2025
    Pra quem nao se lembra, o bozo ficou o pós eleição inteiro escondido, fazendo o que, ninguém sabia... agora sabemos.