Após o debate no ringue televisivo, um novo round do embate entre Anderson Farias (PSD) e Eduardo Cury (PL) está sendo travado nas redes sociais. 

Ao término do confronto na TV Vanguarda, na noite desta sexta-feira (25), marcado pelos ataques entre os antigos aliados e por um acalorado bate-boca (veja vídeo), a briga seguiu nas redes sociais, com artilharia pesada de lado a lado, mas com maior poder de fogo da campanha à reeleição -- não me refiro ao punch dos argumentos, destaco aqui o volume de golpes, dados acima e abaixo da linha de cintura, de lado a lado.

Durante e após o debate, o perfil de Anderson no Instagram, por exemplo, já fez 28 postagens no feed, contra 14 de seu oponente.

No corner desafiante, Cury acusou Anderson de ser ingrato com o ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB), que governou a cidade entre 1997 e 2004, transformando-se no artífice do grupo político que venceu seis das sete últimas eleições, mas que rachou em 2022, opondo agora antigos aliados; afirmou que o adversário é uma "peça de marketing", comete estelionato eleitoral e "insiste em não falar a verdade", além de dar um calote de R$ 500 milhões na previdência.

O candidato do PL reitera as críticas à precariedade do transporte público, ao avanço do crack na cidade e afirma que a saúde piorou.

Em vídeo postado pouco depois do debate, Cury afirma que defendeu a honra de sua família após ter sido vítima de uma campanha "suja" de Anderson, no "submundo da internet".

No corner do atual dono do cinturão, Anderson fez o dobro de postagens.

Em algumas delas, ele defende a sua gestão, nas áreas de segurança, transporte, gestão fiscal e em relação ao atraso na realização de obras. Usando a estratégia do "antes e depois", o atual chefe do Executivo comparou também imagens das gestões Cury (prefeito entre 2005 e 2012) com o governo atual.
Além disso, apostou no mote 'Esse é o Eduardo que o Cury não mostra', resgatando matérias de edições impressas de OVALE e do antigo Valeparaibano. Também fez posts chamando Cury de condenado.

Procurado por OVALE, ainda na madrugada deste sábado, a campanha de Anderson não comentou o bate-boca ocorrido no debate.

Após 28 anos, o eleitor de São José define o seu futuro prefeito no segundo turno, na disputa mais acirrada da história política recente do maior município do Vale do Paraíba. Pelas pesquisas, Anderson é favorito. Conseguiria Cury, quase no apagar das luzes, um gancho para nocautear o adversário e conquistar uma vitória improvável?  Não, a luta não vai ser definida por nocaute, e sim por pontos. Por votos. E caberá ao eleitor o papel de juiz, a missão de levantar a mão do vencedor quando soar o gongo neste ringue político. Em um duelo em que sobraram tiro, porrada e bomba, a discussão de propostas e ideias para o futuro da cidade, de lado a lado, é quem foi nocauteada e beijou a lona. Infelizmente.