JOÃO JULIO

Tragédia climática, crime ambiental e negacionismo

Por João Júlio da Silva | Jornalista em São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min

A trágica situação em que está o Rio Grande do Sul é o retrato fiel e cruel de como a questão climática e ambiental é tratada por administradores públicos e pessoas sem consciência política.

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Não bastasse tanto sofrimento pelo qual passa a população daquele Estado devido às inundações, ainda há posições absurdas e manifestações desumanas de criaturas negacionistas, seguidoras do inominável e desprezível ser das trevas.

Como pode um governante dizer que as doações aos desabrigados prejudicam o comércio local. Comércio debaixo d'água? Comprar o quê, onde? Em que mundo vive um ser abjeto desse? Tal comportamento revela a que ponto chega a crueldade do poder do capital e de seus defensores, os neoliberais do estado mínimo.

O cerne da catástrofe climática está na ação criminosa dos destruidores do ecossistema, que derrubam matas e florestas, poluem rios, exterminam povos originários, devastando tudo por onde passam. Demoníacos seres que passam a boiada na legislação de proteção ambiental para a expansão de seus podres negócios e destruidoras negociatas.

Essas mesmas bestas negacionistas da crise climática e do aquecimento global são aquelas que defendem a Terra plana e negam a eficácia da ciência, o resultado positivo de políticas sociais e a presença do Estado em defesa da população.

Esses seguidores das trevas ousam querer voltar ao poder central, enquanto se apropriam da máquina administrativa nos Estados em que mantêm sua política retrógrada de destruição do patrimônio público.

Ficou evidente na tragédia do Sul a falta de política pública e de planejamento urbano, a exploração sem limites de recursos, mau uso do dinheiro público, além do negacionismo irracional de pessoas que nada fazem pelo bem da humanidade e em defesa do meio ambiente.

Ah, os holofotes! Em momentos trágicos toda ajuda é importante, mas muitos aproveitam da desgraça alheia para passar a imagem de pessoa boazinha, fazendo caridade como promoção pessoal, mas que atacam ações de socorro do poder público e de políticas sociais. Gente ruim e mal-intencionada.

E pior, fazem politicagem bem rasteira, espalham mentiras, babando ódio em suas desprezíveis fake news. Uma postura de canalhas desumanos, que praticam crime humanitário reivindicando liberdade de expressão.

Criaturas medonhas que transformam a dor alheia em disputa política. Gente estúpida que adora massagear o ego à custa do sofrimento alheio, principalmente, nas redes sociais, esgoto de perversa desumanidade!

O futuro estará em sério risco se os eleitores não disserem nas urnas um não bem forte aos negacionistas climáticos. O que está havendo no Sul é consequência do estado mínimo, quando governantes terceirizam o que é sua obrigação, numa postura de parasita dos cofres públicos.

Ou se diga um basta aos negacionistas ou o extremismo de direita vai acabar destruindo o meio ambiente inteiro, o estado de direito e as instituições democráticas. Não, não podemos dar espaço a seres tão perversos! A situação climática é dramática e precisa ser tratada com responsabilidade política, ambiental e humanitária.

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