De acordo com o estudo, divulgado pelo setor de homicídios da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais), foram 44 assassinatos no município em 2023 e, desse total, 52,27% foram resultado de conflitos interpessoais 1 (brigas em bares, no trânsito, com vizinho e outros tipos de desentendimento), 13,64% em conflitos interpessoais 3 (brigas entre casais), 11,36% em conflitos interpessoais 2 (brigas de família), 6,82% ligados ao tráfico de drogas e 2,27% em legítima defesa. Há ainda 9,09% em que a motivação não foi descoberta e um número de 4,55% em que não há informações sobre o crime.

As armas de fogo foram usadas em 63,64% dos crimes, enquanto as armas brancas estiveram presentes em 22,73% dos casos, seguidas por instrumentos cortantes (6,82%), asifixia (4,55%) e fogo (2,27%). Do total, 61,36% dos casos aconteceram em via pública, 27,27% em residência e 11,36% em estabelecimentos comerciais. Em relação às vítimas, 81,82% são homens e 11,36% são mulheres, 68,18% são brancas, 29,55% são pardas e 2,27% são negras.

O estudo fez ainda um mapeamento dos horários com maior incidência de homicídios: 43,18% ocorreram entre 18h e meia-noite, enquanto 36,36% entre 0h01 e 8h, 11,36% entre 8h01 e meio-dia, 6,82% entre 12h01 e 18h e 2,27% não teve horário especificado. Do total de homicídios, 88,64% tiveram a identificação do autor, enquanto 11,36% seguem impunes.

PERFIL.

A área com o maior número de homicídios é a do 6º DP (Distrito Policial), na zona leste (36,36%, na região do Vista Verde), seguida pelo 3º DP (22,73%, na zona sul), 4º DP (20,45%, na zona norte), 7º DP (13,64%, zona sul), seguidos por 1ºDP (centro), 2º DP (Jd. Paulista), 5º DP (zona leste), os três com 2,27%. Na zona oeste (8ºDP) não teve nenhum caso.

Quando analisada a faixa etária, o estudo mostra que do total de vítimas 2,27% tinha entre 15 e 19 anos, 18,18% entre 20 e 24 anos, 20,45% entre 25 e 29 anos, 15,91% entre 30 e 34 anos, 13,64% entre 35 e 39 anos, 6,82% entre 40 e 44 anos, 11,36% entre 45 e 49 anos e 6,82% entre 50 e 54 anos, além de 0% entre 55 e 59 anos e 4,55% acima de 60 anos.

ANÁLISE.

O delegado responsável pelo setor de homicídios, Neimar Camargo Mendes, autor do estudo, destacou que a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em São José é 5,81, abaixo do limite preconizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que é 10. No Brasil, a taxa é 19,4. Além disso, ele salienta que o nível de esclarecimento é 88,64% -- no país, a média de esclarecimento é de aproximadamente 30%.

"O anuário é importante para nós termos um mapeamento dos crimes de homicídios ocorridos em São José, com isso detectar as motivações, as idades, os locais, facilitando a identificação, a prevenção e o combate a esses crimes. Em um segundo aspecto, é muito importante para dar transparência, para mostramos à população de São José as características dos homicídios e todas as suas nuances. E um terceiro, também voltado à população, para mostrar o número de homicídios, às vezes a população tem uma ideia de insegurança em relação aos homicídios em São José e isso não corresponde à verdade. É comum eu ir em palestras e perguntar quantos homicídios as pessoas acham que aconteceram em São José e as pessoas responderem mil, mil e pouco. E nós tivemos, em 2023, 44 homicídios, a maioria já esclarecida", afirmou.