MEDULA.

Tinho caiu há mais de três metros em um barranco e foi arremessado contra uma pilastra de concreto de uma cerca. Ele quebrou a coluna, as costelas e as vértebras.

Mesmo com muita dor, o motociclista não desmaiou e permaneceu consciente durante o acidente. Ele foi resgatado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), acionado por ciclistas que viram a moto caída.

Segundo Ellen, não houve rompimento completo da medula, o que é uma boa notícia e aumenta a chance de ele voltar a andar, o que ele não consegue fazer no momento.

“A gente se agarra nisso. Um médico disse que ele tem dois anos para fazer de tudo para voltar a andar. Depois é a sequela”, afirmou a mulher.

RECUPERAÇÃO.

Após ser operado da coluna, passar por hospitais e ficar com o movimento limitado – ele não mexe as pernas e nem tem sensibilidade da barriga para baixo –, Tinho enfrenta a dura e cara batalha da recuperação.

Para dar conta dos gastos, que passam de R$ 3.000 por semana, a família lançou uma vaquinha on-line para arrecadar dinheiro e financiar o tratamento do piloto, que faz sessões diárias de fisioterapia e ainda precisa da ajuda de enfermeiro e psicólogo.

A meta é levantar R$ 300 mil na campanha, que havia arrecadado R$ 20,3 mil até o final da tarde de quinta-feira (28), com 268 apoiadores.

“A vaquinha é para ajudar com os gastos na semana e as medicações, que são bem caras. Tenho esperança que as pessoas se sensibilizem com a história dele. Ele tem muitos amigos e é muito querido”, disse Ellen, que se desdobra entre o trabalho (que ela não pode largar), o cuidado com o marido e a filha de sete anos.

“Pretendo levá-lo para São Paulo. Conhecemos um médico que tem uma clínica com mais recursos para o caso dele. A meta é ele melhorar a ponto de conseguir entrar no carro e ir até a capital. Hoje ele só senta para tomar banho.”

Ellen diz que sonha em ver a rotina voltar ao lar, com o marido fazendo as coisas que sempre gostou, como correr de moto, levar a filha para a escola e passear no shopping.

“Sonho ver meu marido recuperado. Parece que estou num pesadelo. Pensei em sair do trabalho para cuidar dele, mas não consigo, porque a única renda é a minha. Quero a nossa rotina de volta”, disse.

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