O QUE O VALE PENSA?

O golpe foi revelado

Investigação aponta que Bolsonaro tentou dar um golpe de estado para permanecer no poder, com a ajuda de militares

Por OVALE | 10/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Agência Brasil

Bolsonaro é apontado como mentor do plano
Bolsonaro é apontado como mentor do plano

Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Esse trecho bíblico, repetido à exaustão por Jair Bolsonaro nos últimos anos, parece resumir de forma inversa o que ocorre atualmente com o ex-presidente.

Na última quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a operação Tempus Veritatis (“hora da verdade”, em latim).

E o que a hora da verdade nos mostra? Que houve uma tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder, com envolvimento do ex-presidente, de membros do alto escalão do governo e de militares de alta patente.

As provas, ao que tudo indica, são bastante robustas. A começar por um vídeo gravado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de delação premiada. A gravação mostra uma reunião do então presidente com a alta cúpula do governo, em julho de 2022, para discutir estratégias que assegurassem a sua vitória nas eleições. No encontro, o general Augusto Heleno, que chefiava o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), defendeu que, se tivesse que “virar a mesa”, que fosse “antes das eleições”.

Heleno não foi atendido, e o grupo tentou virar a mesa após a derrota nas urnas. As investigações apontam que uma minuta do golpe foi elaborada, prevendo a prisão dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e que Bolsonaro teria pedido ajustes do texto, mantendo apenas o nome de Moraes e o trecho que previa novas eleições.

Após as mudanças no texto, o então presidente passou a pressionar a cúpula das Forças Armadas para aderir ao golpe. O então chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército disse que colocaria as tropas nas ruas se Bolsonaro assinasse a minuta.

Enquanto isso, Alexandre de Moraes era monitorado para, caso fosse dado o golpe, pudesse ser preso imediatamente. Pessoas próximas ao presidente ajudavam a articular e financiar os extremistas que atacaram Brasília em 8 de janeiro. Até um documento para decretação do estado de sítio foi encontrado na sede do PL, partido de Bolsonaro.

Os crimes investigados podem resultar em 23 anos de prisão. A verdade que estamos conhecendo tem mais poder de prender do que de libertar Bolsonaro e seus comparsas.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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1 COMENTÁRIOS

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  • Gustavo
    23/02/2024
    Ok