Na RMVale, os maiores crescimentos proporcionais foram no Litoral Norte. Em São Sebastião, o número de pessoas em situação de rua passou de 42 para 171, alta de 307%. Em Ilhabela, foi de 9 para 33 (266%). Em Caraguatatuba, cresceu 109% (de 283 para 594). Em São José dos Campos, o salto foi de 28%, passando de 651 pessoas em situação de rua para 839. Taubaté teve um aumento de 79%, de 238 para 427 em cinco anos.

Em todo o país, Campinas é a 9ª cidade com mais pessoas em situação de rua. Foram contabilizadas 2.324 pessoas nessa condição.

O que esses números evidenciam é o crescimento do processo de exclusão social. Cada vez mais as ruas são a única opção para pessoas que são invisíveis aos olhos de muitos, vivendo na pobreza absoluta, com vínculos interrompidos ou fragilizados, sem moradia.

Não é raro que a maior ajuda que essas pessoas recebam venha de entidades beneficentes ou grupos religiosos, que buscam amparar os que vivem em situação de rua com alimentos, roupas e cobertores. Mas isso apenas ameniza o sofrimento, não resolve o problema. Por isso, o desenvolvimento de políticas que proporcionem uma nova vida para esse grupo, com dignidade, é dever do poder público.

Um passo que parece promissor foi dado na última semana, com a lei federal que criou a PNTC PopRua (Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para População em Situação de Rua). A iniciativa reúne um pacote de ações que se destinam a promover a elevação da escolaridade das pessoas em situação de rua, bem como oferecer qualificação profissional e criar mecanismos que permitam o acesso ao trabalho e à renda.

Em tempos em que se discute tanto as cidades tecnológicas, nunca é demais lembrar que as cidades devem ser, também, inclusivas e acolhedoras..