EDITORIAL

O futuro é para todos

Envelhecimento da população da região revela o desafio de criar políticas públicas no Vale voltadas para os idosos

16/12/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Fatores como o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de fecundidade ajudam a explicar o atual perfil da população da RMVale.

Segundo os dados do Censo 2022, das 39 cidades da região, em 18 o percentual de pessoas acima de 60 anos é maior do que o total de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Os municípios em que essa diferença é maior são Redenção da Serra (25% de idosos, ante 18% de mais novos), Lagoinha (24% a 15%) e São Luiz do Paraitinga (24% a 15%).

Em seis cidades, como Cachoeira Paulista (19% a 19%) e Taubaté (18% a 18%), as duas faixas têm o mesmo percentual. E apenas em 15 municípios o percentual de mais jovens é maior do que o de mais velhos, como em São José dos Campos (18% a 17%), Caraguatatuba (20% a 17%), Pindamonhangaba (19% a 17%) e Potim (19% a 11%) - essa última registra a maior diferença em toda a região.

Os dados do Censo revelam que em 24 das cidades (61% do total da região), os mais velhos ultrapassam os mais novos ou têm o mesmo percentual do que os jovens. Mais do que uma mudança de perfil, os números revelam um enorme desafio que os municípios da RMVale terão: se adaptar para esses novos tempos, já que hoje ainda faltam políticas públicas voltadas para a qualidade de vida dessa parcela crescente da população.

E essa discussão não ocorre apenas na região. O envelhecimento da população é um fenômeno que se repete no Brasil e também no mundo. No país, o percentual de habitantes com 60 anos ou mais pulou de 10,78% em 2010 (20,5 milhões de pessoas) para 14,7% em 2022 (31,2 milhões). Em todo o planeta, estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que em três décadas o número de pessoas idosas será equivalente ao número de crianças.

E como garantir bem-estar aos mais velhos? O primeiro passo é lembrar que o envelhecimento não é um processo apenas físico, e que as pessoas não podem ter seus direitos diminuídos à medida que o tempo passa.

A velhice não é uma doença. Os idosos merecem respeito, têm o direito de expressar suas vontades, fazer suas escolhas, ter acesso digno à saúde e também a benefícios, cultura, esporte e lazer. As cidades precisam fazer sua parte. O tempo está passando.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.