Na Prefeitura, o apoio vem do secretário de Serviços Públicos, Digão, que é o único filiado ao PP no primeiro escalão do governo.

Já a oposição está na Câmara: Serginho, único vereador do PP em Taubaté, não faz parte da base aliada desde o início do governo, em 2021.

APOIO.
Vereador por três mandatos, de 2009 a 2020, Digão pretendia ser candidato a prefeito pelo PP na última eleição municipal, mas foi impedido pelo partido, que temia que ele fosse enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Fora da disputa, Digão apoiou a candidatura de Saud, então pelo MDB - já o PP apoiava Eduardo Cursino, à época no PSDB e hoje no PL.

Secretário de Serviços Públicos desde abril desse ano, Digão sustentava até recentemente que seria candidato a prefeito pelo PP em 2024. Com a filiação de Saud ao partido, mudou de discurso.

"O partido está se fortalecendo a nível regional, com uma liderança como o prefeito. Fico feliz com a vinda dele para o PP. Mas nesse momento não há de se falar em candidatura [minha]. Sou do grupo político dele [Saud], não falamos em outra coisa que não seja a reeleição dele [no ano que vem]", afirmou Digão nessa quarta-feira (13).

OPOSIÇÃO.
Serginho, que está no primeiro mandato como vereador - antes, ele era assessor de Digão na Câmara -, faz oposição ao governo Saud desde o início da atual legislatura, em 2021.

Nessa quarta-feira, após a filiação do prefeito ao partido, o parlamentar afirmou que manterá o posicionamento no Legislativo. "O meu mandato vai continuar fiscalizando, de modo propositivo", disse. "Esse é meu papel, fui eleito para isso, não vou fugir dessa regra", acrescentou.

Serginho disse não ter conversado com ninguém do PP sobre a filiação de Saud, e não descartou mudar de partido na janela de 2024 caso a sigla conteste a oposição dele ao governo. "O meu posicionamento, enquanto vereador, vai continuar".

PARTIDO.
Eleito pelo MDB em 2020, Saud filiou-se ao Progressistas na tarde dessa quarta-feira. A filiação ocorreu em Brasília, em reunião com o presidente nacional do partido, o senador Ciro Nogueira, e o presidente estadual do PP, o deputado federal Maurício Neves.

Nos bastidores, segundo apuração de OVALE, a troca de partido teve duas motivações. Uma delas faria parte da estratégia de dar uma nova cara para o governo - essa tática inclui também a reforma do secretariado, já em andamento.

O outro motivo seria garantir a entrada de mais um partido forte - o PP - para a coligação que deve ser formada em 2024, que também deve contar com MDB, União Brasil e Republicanos.