RESISTÊNCIA

Calibre da cor: pretos e pardos são maioria entre mortos em confronto com as polícias

Relatório da Ouvidoria mostra perfil mortas em decorrência de intervenção policial em São Paulo

Por Xandu Alves | 24/08/2023 | Tempo de leitura: 1 min
São José dos Campos

O perfil da morte.

Pessoas mortas em decorrência de intervenção policial têm um perfil específico: mais da metade são pardos e pretos, grupo que representa 56% das mortes, de acordo com relatório da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo.

Os brancos foram 31% das mortes entre 2019 e 2021, segundo os últimos três relatórios anuais divulgados pela Ouvidoria.

Ao todo, morreram 2.044 pessoas em ocorrências de 'resistência' ao trabalho policial de 2019 a 2021, sendo que 1.143 eram pardas e pretas e 636, brancas – em 265 registros não consta a etnia da vítima.

O Vale do Paraíba é a quarta região no ranking das mortes em confronto, com 83 ocorrências nos três anos, superada pela Baixada Santista (215), Piracicaba (120) e Campinas (90).

Contudo, no primeiro semestre de 2023, o Vale teve o maior aumento de mortes em confronto com as polícias de todo o estado: 150%, com 10 óbitos contra 4 no mesmo período de 2022. Os dados são da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública).

PADRÃO

Para o ouvidor das polícias, Claudio Aparecido da Silva, há duas preocupações com relação à letalidade policial: mortes precisam ser evitadas e há populações historicamente mais sujeitas a essa violência.

“Os dados indicam um perfil ‘padrão’ das pessoas mortas em decorrência de intervenção policial. Nota-se uma maioria de jovens, negros e periféricos, indicando maior vulnerabilidade da população negra, da juventude e da população pobre.”

Segundo ele, é necessário o enfretamento à mortalidade da população preta, pobre e periférica, com a qualificação dos instrumentos de controle e formação das forças policiais, numa lógica antirracista.

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