
Após a dívida da Prefeitura de Taubaté com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) atingir R$ 10 milhões, a terça-feira (11) foi marcada pelo cancelamento de consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas no HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté), que é gerido pela entidade.
O custo mensal do contrato é de R$ 9,082 milhões. Os R$ 10 milhões são referentes a uma sobra do que deveria ter sido repassado em junho e o valor integral que deixou de ser depositado no dia 7 de julho. Questionado pela reportagem, o governo José Saud (MDB) alegou que o atraso ocorreu "por insuficiência financeira, em razão de acordos administrativos resultantes de despesas de gestões anteriores".
No decorrer da terça-feira, a Prefeitura fez um repasse de R$ 900 mil para a SPDM, para tentar garantir "a continuidade dos serviços", e informou que "um novo repasse deve acontecer nos próximos dias". Já a SPDM informou que, "em comum acordo com a Prefeitura, as consultas ambulatoriais são realizadas de forma parcial e alguns procedimentos eletivos, ou seja, que não são considerados de urgência ou emergência foram cancelados", e que "os pacientes serão notificados quanto à remarcação".
MUNICIPALIZAÇÃO.
O hospital foi administrado de 1982 a 2013 pela Unitau (Universidade de Taubaté), que é uma autarquia municipal. Em março de 2013, com dívidas milionárias e problemas estruturais, a unidade de saúde teve a gestão transferida para o governo estadual - esse processo foi iniciado pelo ex-prefeito Roberto Peixoto e concluído pelo ex-prefeito Ortiz Junior (PSDB).
Em 2019 o tucano fez o movimento inverso e retomou, em maio daquele ano, a gestão do hospital - que foi terceirizada à SPDM.
Embora a Prefeitura tenha assumido um custo que ficava com o governo estadual, em março desse ano, quando houve o último reajuste do contrato, o governo Saud afirmou que a municipalização é positiva, pois houve "o aumento significativo do número de taubateanos atendidos na unidade".