BOM CONSELHO

Pesquisa: 44% são contra mudança da sede da Prefeitura de Taubaté, e 34% são a favor

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMT
Palácio do Bom Conselho, sede da Prefeitura de Taubaté
Palácio do Bom Conselho, sede da Prefeitura de Taubaté

Pesquisa OVALE/Sampi/Ágili Pesquisas apontou que 44,25% dos eleitores de Taubaté são contra a mudança da sede da Prefeitura, enquanto 34,25% são a favor. Aqueles que não sabem ou não responderam somaram 21,50%.

O instituto ouviu 590 pessoas entre os dias 15 a 17 de maio. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.

Na estratificação por sexo, 49,17% dos homens e 40,18% das mulheres disseram que são contra, enquanto 32,04% dos homens e 36,07% das mulheres responderam que são a favor.

Por faixa etária, o maior percentual de eleitores contra a mudança foi registrado entre os entrevistados de 25 a 34 anos (50,57%), e o menor entre aqueles com 16 a 24 anos (29,51%). Já o maior percentual de eleitores a favor foi entre os entrevistados de 16 a 24 anos (52,46%), e o menor entre aqueles com 25 a 34 anos (22,99%).

Por escolaridade, o maior percentual de eleitores contra a mudança foi registrado entre os entrevistados com ensino médio (47,95%), e o menor entre aqueles com ensino fundamental (36,96%). Já o maior percentual de eleitores a favor foi entre os entrevistados com ensino superior (34,81%), e o menor entre aqueles com ensino fundamental (32,61%).

Por local de moradia, 45,63% dos eleitores que residem no Centro e 43,28% dos que moram nos bairros disseram ser contra a mudança. Por outro lado, 36,89% dos que residem no Centro e 34,83% dos que moram nos bairros responderam que são a favor da transferência de sede.

PAÇO.
A intenção de transferir a Prefeitura de Taubaté de sede foi revelada pelo prefeito José Saud (MDB) em dezembro de 2020, dias antes do emedebista tomar posse. Inaugurado em 1879, o Palácio do Bom Conselho não tem acessibilidade e tem problemas estruturais – o imóvel é da Unitau (Universidade de Taubaté) e está cedido sem custos.

Desde então, Saud apresentou três diferentes propostas de nova sede. Inicialmente, a ideia era mudar ainda em janeiro de 2021 para o Departamento de Informática da Unitau, que fica no Jardim Santa Clara, mas a gestão emedebista desistiu dessa proposta meses depois.

No segundo semestre de 2021, o governo Saud apresentou novo projeto, que consistia na construção de um novo Paço Municipal ao lado da Rodoviária Nova. O imóvel, que tinha custo estimado de R$ 36 milhões, teria 12 andares e abrigaria também a Câmara e a Vara da Fazenda Pública. O Legislativo chegou a aprovar um projeto que autorizava a Prefeitura a contrair um empréstimo para a obra, mas a ideia do novo Paço foi abortada em janeiro desse ano.

A terceira proposta, apresentada já em janeiro de 2023, foi transferir o Paço para o imóvel da Unitau que fica na Praça Monsenhor Silva Barros (Praça da Eletro) e que deixou de ser utilizado pelo Grupo Pão de Açúcar. O governo Saud estima gastar R$ 7 milhões para reformar o espaço e adequá-lo para receber todas as secretarias, mas ainda não houve acordo financeiro com a universidade.

IMPASSE.
O prédio na Praça da Eletro, de 11,8 mil metros quadrados, é avaliado em R$ 55,1 milhões, mas a universidade não pretende vendê-lo – quer apenas alugá-lo, por entender que o imóvel é uma fonte importante de receita.

A Unitau, inicialmente, pedia o pagamento de ao menos R$ 204 mil por mês de aluguel, mas a Prefeitura ofereceu apenas R$ 120 mil. A universidade chegou a baixar a pedida para R$ 157 mil, mas dá preferência para que o espaço seja alugado novamente para alguma empresa, para que possa continuar a ser usado como centro de compras – como ocorre desde 1971.

Em meio ao impasse, Saud editou um decreto no início de março para declarar a área de utilidade pública, para fins de desapropriação, por via amigável ou judicial. No mesmo dia em que o decreto foi publicado, o Ministério Público expediu uma recomendação em que solicita a suspensão do ato, por suposta irregularidade. O governo emedebista não suspendeu o decreto, mas também não tomou nenhuma medida concreta para desapropriar o imóvel.

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