Debaixo do sol a pino, três homens trabalhavam sem trégua. De passagem por aquele vilarejo, um viajente fugia do calor extenuante e avistou os trabalhadores cortando pedras. Curioso, enquanto bebia um gole d’água, ele perguntou:
-- O que você está fazendo?
-- Estou cortando pedras, disse-lhe um operário, sentado, com o olhar fixo no chão de terra.
Quem pergunta abre janelas, já havia ouvido o viajante. Por isso, repetiu a pergunta, só que agora para o homem que trabalhava ao lado daquele primeiro.
-- O que você está fazendo?
Visivelmente irritado, o homem olhou para o forasteiro intrometido e respondeu, curto e grosso:
-- Ué, você não está vendo? Estou cortando pedras, oras!
Já o terceiro operário observava aquilo tudo com curiosidade. Diferentemente dos colegas, resignados, ele parecia satisfeito. E o viajante, questionou:
-- O que você está fazendo?
Ao ouvir a pergunta, o trabalhador levantou-se, limpou as mãos e aproximou-se do multívago. E, com o indicador apontando para o céu, respondeu convicto:
-- Estou aqui construindo uma catedral.
Prezado leitor, tendo a verdade como a sua pedra angular, OVALE dedica-se ininterruptamente à construção de uma catedral que é alicerçada na fé inegociável na prática incansável de um jornalismo livre, independente, crítico, apartidário e plural.
Certamente, em meio aos muros da catedral, há pedras originárias do paredão de rocha maciça da Praça Ulysses Guimarães, em Campinas. Como se fora uma flor nascida na rocha viva, brota ali a escultura que homenageia o ex-deputado, o ‘Senhor Diretas’ -- e é assim também com a verdade.
Afinal, como cravou o saudoso Doutor Ulysses: “não viemos aqui para ter medo”.