LITERATURA

Quadrinhos são ou não são literatura? Eis a polêmica

Por Marcos Eduardo Carvalho | 29/04/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Afinal de contas, as histórias em quadrinhos são ou não são literatura? Essa polêmica vem surgindo no meio acadêmico e há quem defensa que seja e outros que entendem que não são. Por exemplo, recentemente, o jornalista James Akel disse à revista Veja que quadrinho não é literatura, em uma ‘cutucada’ no desenhista Maurício de Souza

“Quadrinhos são revolucionários porque ficam entre a literatura e as artes gráficas. Eisner [Will Eisner, quadrinista norte-americano] me fez sentir que a linguagem dos quadrinhos é uma revolução de ideias. E com os quadrinhos tudo é possível”, disse Maurício de Sousa em entrevista ao portal de notícias G1.

Aliás, Maurício de Souza foi um dos candidatos a uma cadeira na ABL (Academia Brasileira de Letras), o que também afunila essa discussão. Afinal de contas, muita gente iniciou e aprimorou a alfabetização lendo as histórias em quadrinhos da Turma da Mônica. Ele, no entanto, perdeu a eleição nesta semana.

Atualmente, Maurício de Sousa é considerado o segundo escritor vivo mais famoso do Brasil, atrás apenas de Paulo Coelho.

DEFESA DOS QUADRINHOS.

Por falar em ABL, Fabrício Corrêa, presidente da Academia Joseense de Letras, é um grande defensor dos quadrinhos como literatura. “Com certeza, os quadrinhos devem ser considerados um gênero literário, pois eles contêm elementos importantes encontrados em outras formas literárias como narrativa, personagens bem desenvolvidos, enredo, diálogo e temas diversos”, disse a OVALE.

Segundo ele, os quadrinhos são uma forma de arte sequencial, que usa uma combinação de imagens e palavras para contar uma história. Além disso, Fabrício lembra que eles são capazes de transmitir emoções e ideias complexas de uma forma visualmente atraente e de fácil de aos novos leitores.

“Os quadrinhos têm uma longa história de contribuição para a cultura e a literatura mundial. Desde os primeiros publicados nos jornais no final do século 19, os quadrinhos foram capazes de contar histórias que tocaram corações e mentes de leitores de todas as idades e origens”, disse.

Regina Célia Pinheiro Silva, da Academia Taubateana de Letras, tem a mesma linha de pensamento. “Eu considero literatura. Na minha infância eu lia tudo o que caía nas minhas mãos. Adorava as revistas do Bolinha, da Luluzinha, da Mônica e sua turma. Mais tarde, na adolescência, li os livros em quadrinhos do Príncipe Valente. E não parei mais: passei para os livros, que, até hoje, leio sem parar”, disse.

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