Essa é só a primeira leva de bolsonaristas que virarão réus - foram priorizados pois estão presos. Desde o ato terrorista, a PGR (Procuradoria Geral da República) já denunciou 1.390 pessoas, sendo 239 no núcleo dos executores, 1.150 no núcleo dos incitadores e uma pessoa no núcleo que investiga suposta omissão de agentes públicos. Entre os dias 25 de abril e 2 de maio, o STF deve avaliar a situação de outras 200 pessoas.

Esse é o julgamento do Supremo com o maior número de denúncias analisadas simultaneamente pelos ministros. Uma mobilização necessária para analisar um ataque à democracia sem precedentes na história do Brasil. No dia 8 de janeiro, terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. O prejuízo material é calculado em R$ 26,2 milhões. Já o prejuízo à nação só vai poder ser mensurado ao fim dos processos. Se a Justiça der uma resposta firme, passará um recado importante àqueles que nutrem o sentimento golpista. Do contrário, irá estimular novos episódios como esse. Afinal, a impunidade é o incentivo para o próximo crime.

Paralelamente ao processo judicial, deve ser instalada no Congresso a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). Com as investigações dos órgãos competentes - como Polícia Federal e Ministério Público Federal - já bastante avançadas, existe um risco de que a comissão acrescente pouco e se torne um mero palco de politicagem estimulada pela polarização. Mas, se deputados e senadores conseguirem escapar dessa armadilha, poderão ajudar o país a evitar novos ataques à democracia.