Filipe Rosa

Pirâmide legal é só no Egito

Por Filipe Rosa | 01/04/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Ideias

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Quando falamos sobre esquemas de pirâmide financeira, a primeira imagem que vem à mente é a de um golpista que manipula as pessoas para roubar seu dinheiro. No entanto, a pergunta que muitas vezes é deixada de lado é: e as pessoas que aderem ao esquema, também são culpadas?

Para entendermos melhor essa questão, é importante entendermos como funciona um esquema de pirâmide. Basicamente, a estrutura é montada de forma que cada novo participante é incentivado a recrutar mais pessoas para o esquema. A promessa é que, ao fazer isso, ele receberá uma porcentagem dos investimentos dessas pessoas. O problema é que, com o tempo, o número de pessoas recrutadas se torna insustentável e o esquema desmorona, deixando a maioria dos participantes sem dinheiro.

Aqui surge a questão: os participantes que aderem ao esquema são criminosos? Bem, tecnicamente, não. Eles podem ser vítimas ingênuas que acreditam na promessa de lucro fácil. No entanto, uma pessoa ingênua que compra uma substância não identificada, a qual não conhece, pode ser acusada de tráfico de drogas caso se trate de algo ilícito. Em ambos os casos a ingenuidade seria pesada de maneiras diferentes.

Afinal, em um esquema de pirâmide, o dinheiro que é pago aos primeiros participantes vem dos investimentos dos novos participantes. Isso significa que, ao entrar no esquema, você está participando de uma atividade ilegal, que é financiada pelo dinheiro de outras pessoas. Mesmo que você não tenha consciência disso no momento, não é uma desculpa válida.

O “sucesso” atingido pelos “piramideiros” (adjetivo popular que designa quem monta um esquema de pirâmide) se deve, na humilde visão deste colunista, a dois principais fatores: falta de educação financeira e Ganância. O primeiro fator é técnico, “simples” para corrigir, já o segundo pode ser muito complicado de trabalhar.

Gostaria de sugerir três passos para que você consiga evitar se envolver em esquemas de pirâmides financeiras:

1) Procure entender o que é uma taxa de juros básica (ex.: SELIC) com alguém que realmente saiba do que está falando;

2) Procure entender qual é a remuneração padrão do mercado com base nessa taxa de juros, de preferência com alguém que seja certificado e atue na área;

3) Entenda que você nunca terá alta rentabilidade, alta segurança e alta liquidez. A relação é sempre “dois pra um”, dois favoráveis e um desfavorável. Se os três forem favoráveis, algo não está de acordo. Desconfie.

Procure a opinião de um profissional qualificado e certificado. Se o seu ombro começar a doer, você vai ao Ortopedista ou ao “guru” do Youtube/Instagram/Etc.? Temos informação disponível como nunca na História da Humanidade, mas isso não significa que temos mais Conhecimento.

Dê tempo ao tempo e não queira cortar caminho.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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