EDITORIAL

Ministro controverso

18/02/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito. A pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo e, se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça.

A frase acima foi dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 6 de janeiro, durante a primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato no Palácio do Planalto.

No encontro, o petista foi taxativo ao garantir que os ministros que se envolvessem em irregularidades seriam afastados e investigados. Passados pouco mais de um mês e meio de governo, ainda não existe nenhuma denúncia de suposta irregularidade que teria sido cometida por algum ministro no cargo que agora ocupa. Mas isso não quer dizer que não existam máculas bastante suspeitas em alguns dos assessores indicados por Lula.

Até agora, dois casos já criaram manchas na equipe formada pelo petista. O primeiro a surgir foi o da ministra Daniela Carneiro (Turismo), que é suspeita de ter ligação com milicianos da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

O segundo é o do ministro Juscelino Filho (Comunicações), que supostamente teria destinado R$ 5 milhões do orçamento secreto, quando era deputado, para asfaltar uma estrada que corta fazendas da família dele, no Maranhão.

Na última semana, Lula minimizou o elo de Daniela com os milicianos, tratando o caso apenas como uma “fotografia”, ignorando vários vínculos da ministra com criminosos. “Ela aparecia num caminhão lá com um cara miliciano. Eu sinceramente se for levar em conta pessoas que estão em fotografia ao lado de outras pessoas, a gente não vai conversar com ninguém, porque eu sou o cara que mais tiro fotografia no mundo”, disse.

No caso de Juscelino, o petista afirmou que eventual demissão do ministro dependerá do resultado de uma “análise interna” por parte da CGU (Controladoria-Geral da União). “Se tiver procedência a denúncia, o ministro será afastado”.

Quem defende a postura cautelosa de Lula afirma que esse é o preço da governabilidade. Mas é preciso lembrar que essa mesma desculpa foi usada nos escândalos do mensalão e do petrolão. Se o petista deseja que essa nova página da história tenha um desfecho diferente, precisará também agir de forma diferente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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