Sabedor da importância do tema, OVALE, ao lado de entidades e grupos parceiros, como Band Vale e ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José dos Campos, chegou a promover a campanha ‘Voto que Vale’. O objetivo era incentivar o voto em candidatos do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira.

E não em forasteiros, que capturam o voto da região e depois se esquecem dela. Em termos, funcionou. Os candidatos a deputado da RMVale receberam mais votos nestas eleições do que na anterior, em 2018. O aumento chegou a 20,5%. No entanto, essa votação mais expressiva não foi suficiente para aumentar a bancada de parlamentares da região. Pelo contrário, ela diminuiu. O Vale do Paraíba até conseguiu manter o mesmo número de representantes na Assembleia Legislativa, com dois deputados, mas ficou sem representante na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Uma das explicações para a perda de representatividade pode estar no número de candidatos. Na eleição de 2018, a região tinha 138 postulantes, sendo 82 a estadual e 56 a federal. Esse ano, eram 158, sendo 90 a estadual e 68 a federal, de acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com mais candidatos, o voto tende a ser mais pulverizado. Assim, os postulantes mais competitivos da RMVale ficam em patamares insuficientes para garantir uma cadeira nas casas legislativas.

Os 68 candidatos a federal desse ano, por exemplo, tiveram 751.667 votos, contra 617.371 dos 56 postulantes em 2018. Já os 90 candidatos a estadual desse ano acumularam 814.879 votos, contra 676.126 de 83 postulantes de 2018.

Por outro lado, tomando como base as 10 maiores cidades da região, que concentram 80% do eleitorado, os candidatos da RMVale receberam 42% dos votos - ou seja, mais da metade foi para forasteiros.

É uma pena. Mesmo com mais votos, a RMVale saiu enfraquecida. Espera-se, pelo menos, que quem foi eleito com voto daqui não se esqueça das demandas da região após assumir uma cadeira.