Em seu primeiro discurso, o norte-americano Robert Prevost surpreende ao adotar o nome Leão XIV, colocando-se simbolicamente como herdeiro do papa Leão XIII, que marcou a história da Igreja no século 19 com sua doutrina social e defesa dos trabalhadores.
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O novo papa, Robert Prevost, anunciou nesta quinta-feira (8) que adota o nome Leão XIV, em homenagem direta a Leão XIII, pontífice que comandou a Igreja no século XIX, entre 1878 e 1903 e é lembrado principalmente pela encíclica Rerum Novarum, considerada o marco inaugural da doutrina social católica. A escolha de um nome há mais de um século fora do radar papal surpreendeu e foi lida como um gesto carregado de significado.
Prevost, agostiniano e natural dos Estados Unidos, destacou o compromisso com “uma igreja missionária, que constrói pontes e diálogos”, e reforçou que quer uma Igreja próxima dos que sofrem. Ao citar Leão XIII como referência, associou sua missão ao contexto em que o antigo papa atuou: o turbulento final do século 19, em meio à Revolução Industrial, quando a Igreja começou a acolher a causa dos operários sem aderir nem ao comunismo nem ao capitalismo liberal.
“Queremos ser uma Igreja que avança, busca sempre a paz, a caridade, estar próxima principalmente daqueles que sofrem”, declarou o novo papa, apontando para um pontificado voltado à inclusão social e ao diálogo com os desafios contemporâneos.
Prevost parece ter escolhido seu nome papal não apenas como continuidade, mas como sinal de renovação do compromisso com os mais vulneráveis.