Clubes de Jundiaí apelam para promoções em busca de mais sócios


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A Associação Esportiva Jundiaiense foi durante muitos anos um dos clubes mais tradicionais da cidade. O mesmo pode ser dito da Sociedade Esportiva Caxambu. Atualmente, no entanto, os dois só têm em comum um fato bastante negativo: ambos fecharam as suas portas. O primeiro, há pelo menos quatro anos. Já o Caxambu, recentemente.
A situação pode ser compreendida como reflexo de uma crise vivida pelos clubes e associações esportivas de Jundiaí, que se agravou nos últimos dez anos por conta do boom imobiliário. Nos condomínios erguidos por toda a cidade, a maioria conta com área de lazer que dispensaria a ida a clubes.
Para tentar reverter esse cenário, as diretorias dos clubes que, por outro lado, vigoram firmes e fortes na cidade, resolveram adotar estratégias promocionais para atrair novos sócios. Além de cobrir os custos de manutenção, geram caixa para novos investimentos.
O Clube São João, por exemplo, lançou uma campanha para os ex-sócios da Sociedade Esportiva Caxambu. Quem apresentar a carteirinha do extinto clube na secretaria do São João, não paga a chamada “joia de admissão”, ou seja, o título. O valor da joia para o público geral é R$ 300. Mas mesmo quem não era sócio do Caxambu pode obter um desconto e pagar R$ 100.
“O número de sócios tem diminuído porque hoje em dia a maioria dos condomínios residenciais conta com uma estrutura de lazer muito boa, com piscina, academia, sauna etc. Muitas pessoas preferem ter acesso a esses serviços sem ter que sair de casa”, comenta Djalma Buck, diretor-administrativo do São João.
Sem revelar números, ele afirma que o clube ainda não atingiu o número ideal de sócios. “Ainda temos capacidade e necessidade de ter mais associados”, afirmna.

Grêmio C. P.
O tradicional clube da Companhia Paulista adotou a mesma estratégia. A diretoria resolveu colocar 400 novos títulos à venda por R$ 100 (o valor normal é R$ 860) para elevar o número de associados.
Segundo o presidente Marco Zago, o Grêmio tem atualmente cerca de 12 mil sócios cadastrados, sendo que desse total cerca de 6 mil são pagantes. “Há dependentes e pessoas que pagaram a mensalidade por 30 anos e que não pagam mensalidade”, explica Zago.
O presidente afirma que a receita do clube com as mensalidades e eventos dá para cobrir todos os custos de manutenção, mas não sobra para investir. “Temos o sonho de construir um ginásio coberto na sede de campo, por exemplo, mas no momento isso é impossível.”
Zago também cita os condomínios residancias como “vilões” do cenário de queda de associados. Segundo ele, nos últimos anos, o Grêmio perdeu cerca de 1 mil sócios.

Uirapuru
Situação semelhante vive o Clube Uirapuru. Nos últimos dez anos, os dirigentes viram o número de sócios titulares (que pagam mensalidade inteira) cair de 4 mil para 3 mil. Segundo o presidente Tadeu Leme, o clube está apostando em sua grande área verde (104 mil m²) e na sua proximidade com a Serra do Japi para buscar novos sócios.
Além disso, ele diz que a diretoria investe bastante na parte esportiva e musical, a fim de não deixar o clube muito dependente dos dias de calor para ter bastante movimento. “Nossa equipe de bocha é campeã regional da modalidade e estamos federando nosso time de sinuca para disputar o campeonato estadual”, conta Leme,
O Uirapuru está na mesma posição do Grêmio C. P. no que se refere às finanças: a receita dá para honrar todos os compromissos, mas é difícil fazer novos investimentos.
Leme diz ainda que o clube está atento aos condomínios residenciais mais modestos (sem área de lazer completa) que foram construídos na região do vetor Oeste da cidade e está planejando uma estratégia para atrair esses novos moradores.

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