Santa Rita de Cássia, a 'Santa dos Impossíveis'


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Domingo, 22 de maio, é o Dia de Santa Rita de Cássia, também conhecida como "Santa dos Impossíveis".

No Santuário Diocesano, no Cecap, haverá missas às 8, 10, 15 e 18h30. Após a Missa das 10 horas haverá carreata.O Santuário possui como Reitor o Padre Márcio Felipe de Souza Alves e como Vigário o Padre João Fernando Fava. Os dois muito da intimidade com Deus e da coerência.

Se tivesse que traduzir o Santuário, diria que é um oásis, pois possui leveza, um povo devoto, de reza e acolhedor, onde se sacia a de paz.

Nascida perto de Cássia, na região de Úmbria (Itália), sofreu com o marido por 18 anos, com paciência e brandura, e jamais deixou de rezar pela mudança dele. Seu amor e mansidão transformaram aquele homem rude e bruto. Conseguiu também, por sua oração e testemunho, a conversão dos filhos que morreram jovens.

Sem os seus, acabou por ser admitida no Convento Agostiniano de Cássia. Esposa e viúva santa e, depois, uma religiosa exemplar.

Dentre seus milagres, o de quando a superiora a mandou regar um pedaço de madeira seca que estava no jardim do convento por um ano. Obedeceu. Completado o tempo, o galho se transformou em uma videira que dá uvas até hoje. A roseira que plantara no jardim do convento deu rosas todo o inverno.

Contemplando o sofrimento da Cruz de Cristo, pediu ao Senhor para sentir um pouco de suas dores. Recebeu um dos estigmas da coroa de Cristo em sua testa, que durou 15 anos, até a sua morte. Precisava ficar isolada, devido ao cheiro causado pela ferida, que se curou apenas por duas vezes, em uma viagem a Roma, porém, ao voltar ao convento, abriu-se novamente e, ao morrer, quando de sua testa exalou um perfume indescritível.

É de Santa Rita a frase: "Nunca é tarde demais para mudar a direção de sua vida. Sempre haverá uma nova rota, uma nova chance de recomeço". Faz-me lembrar uma colocação da Madre Teresa de Jesus do Carmelo São José, que me disse ter lido em certa poesia: "Não sei se fazemos anos, ou se são eles que nos fazem". Acrescentou: "Creio que é este o caminho de nossas vidas: nos deixarmos 'sendo feitos' pelos anos, pela experiência que os anos vão realizando em nós".

Recordei-me, ainda, do testemunho de integrante da Pastoral da Mulher/ Magdala, em um dos encontros, depois de proclamarmos o Evangelho de São João (21. 1-14), em que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, que não haviam pescado nada e Ele lhes fala para lançarem as redes do lado direito e a rede se encheu.

A moça, com um pouco mais de 60 anos, que se confessou e recebeu sua Primeira Comunhão, em janeiro, das mãos do Padre Márcio Felipe, assessor espiritual da Pastoral/Magdala, comentou sobre ser ele o seu divisor de águas. Navegou por águas escuras por décadas, tentou subir em algumas embarcações em que lhe ofereceram apenas a ponta do dedo. Escorregou e afundou. Padre Márcio Felipe lhe estendeu a mão para subir no barco de Cristo e mudar a rota, como indicou Santa Rita de Cássia, encontrando uma "nova chance de recomeço".

Impressiona-me o estigma de Santa Rita, a chaga aberta que cheirava mal e as rosas nascidas no inverno.

Tenho os meus ferrões que são invisíveis e não são de Cristo. Santa Rita, advogada dos impossíveis, convida-me à conversão, transformando-os em fragrância do Céu.

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista

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