Em Jundiaí, 175 seguem em tratamento contra alcoolismo


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Para combater o uso abusivo e descontrolado de bebidas alcoólicas, 175 pessoas seguem em tratamento contra a doença nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Jundiaí, além das três unidades de Alcoólicos Anônimos (AA) disponíveis. Considerado doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool.

Para um dos coordenadores de um grupo de AA, no Anhangabaú, Jorge (não quis se identificar com o sobrenome), de 70 anos, o objetivo das reuniões é oferecer suporte e ajudar na recuperação de portadores da doença que frequentam a irmandade. "O grupo existe desde 1974 com o principal objetivo de ajudar o máximo de pessoas a combaterem a doença do alcoolismo e as consequências. Oferecemos atividades como rodas de conversas, debates e reuniões de literatura, sempre prezando pelo anonimato dos participantes", afirma o coordenador.

Apesar do grupo ser aberto para toda população, o coordenador afirma que a maioria não vai por conta própria. "Temos uma média de dez pessoas por reunião e 150 por mês e todos são bem-vindos. A maioria não participa por conta própria, mas sim por obrigação da família ou após passarem por tratamentos em clínicas de recuperação. Infelizmente, muitos acompanham uma ou duas reuniões e acabam não ficando para próximas", explica.

Levado contra vontade às reuniões do AA, o aposentado José (também não quis passar o sobrenome), de 86 anos, é membro do grupo há 32 anos e participa duas vezes por semana. Segundo ele, o próprio filho foi responsável por inseri-lo na irmandade. "Meu filho me trazia nas primeiras reuniões contra a minha vontade. Hoje em dia, após muitas sessões, posso garantir que as reuniões me salvaram. Demorei para perceber que eu estava destruindo minha vida e da minha família e com todo apoio do AA consegui me recuperar da doença", comemora o membro do grupo.

APOIO

De acordo com a psicóloga Daniela Batacline, buscar auxílio é imprescindível em casos de dependência. Segundo ela, os tratamentos incluem a participação em grupos de apoio, como AA, psicoterapia e medicamentos prescritos por especialistas. "É fundamental a família e a pessoa dependente procurar auxílio e suporte para o tratamento, além da busca por ajuda de profissionais da saúde ao perceber que passou dos limites aceitáveis e que está prejudicando a si mesmo e as pessoas a sua volta", recomenda a psicóloga.

Entre os efeitos que o alcoolismo pode causar estão a perda de memória, mudanças de comportamentos, abstinência, fadiga, doenças cardiovasculares e suicídio.

CAPS

Além das reuniões do AA, o Caps Álcool e Drogas, no Anhangabaú, oferece atendimento médico, atividades e oficinas, sem necessidade de agendamento e encaminhamento. Entre os serviços oferecidos estão a escuta acolhedora ao sofrimento psíquico, práticas meditativas, fitoterapia, relaxamento guiado, entre outros e atividades de convivência (como ações envolvendo atividades físicas).

A pessoa que estiver em sofrimento pelo uso de álcool e outras substâncias pode procurar diretamente o serviço, nos dias úteis, das 8 às 17 horas, na rua Professor Giácomo Ítria, 393.

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