ESTUPRO

Dentista é preso em Jundiaí; havia sêmen na blusa da paciente

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
JORNAL DE JUNDIAÍ
A prisão foi feita por policiais militares e o caso deverá ser investigado pela DDM
A prisão foi feita por policiais militares e o caso deverá ser investigado pela DDM

Um dentista foi preso por policiais militares, no consultório onde trabalha, na região central de Jundiaí, na tarde desta segunda-feira (18), por estupro de vulnerável contra uma paciente, durante um procedimento para extração de dois dentes. A vítima alega que o dentista ejaculou em sua boca e seios, enquanto ele, em sua versão, negou as acusações. Exames preliminares feitos pela perícia técnica, no entanto, resultaram em indícios substanciais de que o crime foi cometido, formando convicção no delegado para decretação de prisão em flagrante do profissional.

A PM foi acionada pela própria vítima, que já os aguardava na porta do consultório, acompanhada do marido. Quando os PMs chegaram, ela relatou que após ter sido sedada para o procedimento, o dentista a estuprou, sendo que ela percebeu na medida que ia acordando lentamente da sedação. "Declaro que deixei o restante do dinheiro com o dentista. Combinei como seria a cirurgia com ele, que me informou que os medicamentos me sedariam. No entanto, acordei um pouco antes. Ele tentou abaixar minha calça, mas estava apertada e não conseguiu. Em seguida, puxou minha blusa, colocou o pênis sobre ela e ejaculou na minha boca e seios. Após isso, ele começou a me limpar com papel toalha. Levantei, saí da sala, e ele veio atrás, dizendo que, se eu quisesse, me devolveria o dinheiro. Em seguida, acionei a Polícia Militar.”.

O dentista, por sua vez, relatou: “Sou médico dentista neta clínica e fui extrair dois sisos do lado esquerdo da boca da paciente. Antes de iniciar a cirurgia, a paciente estava ciente e de acordo em realizar o procedimento sob sedação. Foram administrados os medicamentos Midazolam (15 mg) e Roupynol (1 mg), via oral (comprimidos), por volta das 14h15. Após a administração, iniciamos a limpeza para, posteriormente, realizar a extração. Durante o procedimento, apliquei anestesia local com lidocaína, utilizando três tubetes. Extraí o siso superior primeiro, dei os pontos, depois extraí o siso inferior e limpei o rosto da paciente com papel toalha, pois havia sangue escorrido para o pescoço. Em seguida, fui dar os pontos no dente inferior e, nesse momento, a paciente acordou. Quando acordou, apontou o dedo para mim e perguntou: ‘Por que você fez isso?’. Perguntei do que ela falava, e ela respondeu: ‘Você sabe muito bem, você abusou de mim’. Expliquei que apenas a havia limpado. Ela então levantou rapidamente da cadeira, subiu as escadas cambaleando, chegou até o marido e disse: ‘Chama a polícia agora’. O marido perguntou do que ela falava, e ela disse: ‘O dentista abusou de mim, levantou minha blusa e ejaculou no meu peito e na minha boca’. Ela começou a salivar e tentar cuspir; o marido disse que era saliva. Expliquei que ela ficaria sonolenta e poderia cuspir saliva. Ela insistiu: ‘Não, não, você sabe muito bem que abusou de mim, quero que chame a polícia agora’. O marido tentou acalmá-la, dizendo: ‘Amor, vamos para casa’. Incentivei que ela fosse embora, pois estava sedada e havia outros pacientes no local, e não gostaria que vissem a situação. Ela sentou na cadeira, ligou para a polícia, e eu permaneci na clínica à disposição para esclarecimentos. Quando a polícia chegou, relatei tudo que havia ocorrido.”

Enquanto conversavam com o dentista, os PMs notaram uma mancha branca nas calças dele, e na blusa que a vítima usava, também havia manchas brancas. Inclusive, ao constatar o crime de estupro de vulnerável, foi dada a voz de prisão, lidos os direitos constitucionais do preso, inclusive o direito de permanecer calado.

Os depoimentos de ambos foram ratificados posteriormente no Boletim de Ocorrência.

PERÍCIA
A vítima foi levada para o Hospital Universitário para exames, enquanto que a perícia técnica foi enviada ao consultório, que foi preservado pela PM. Os peritos do Instituto de Criminalística periciaram o consultório e seguida, foram ao HU, onde, em exame nas vestes da vítima, houve resultado positivo para presença de secreção prostática (vestígios de sêmen). Após a realização do exame, os peritos retornaram à delegacia e informaram ao delegado Pedro Henrique Craveiro sobre tudo que foi colhido em campo pericial. Em seguida, foi formada a opinião jurídica do delegado, que ratificou a prisão em flagrante delito do dentista pelo crime de estupro de vulnerável, conforme artigo 217-A do Código Penal.

O caso será encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para ser investigado

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