OPINIÃO

História recente da presidência do Brasil 


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Vamos fazer um recorte histórico, com início em 31 de março e 1° de abril de 1964. Como, no Brasil, o 1º de abril é visto como o dia da "mentira", muita gente, inicialmente, não acreditava que o país teria sofrido um golpe militar, com a consequente instauração de uma Ditadura Sanguinária que matou, torturou, exilou, dentre outros absurdos.

A Comissão Nacional da Verdade (2012 a 2014) apurou que, do Estado Novo para cá, foram 434 mortes e desaparecidos políticos; a grande maioria deles entre 1964 a 1985. O grande conspirador militar do golpe de 1964 foi, definitivamente, o general Ernesto Geisel - também conhecido nos meios militares como Moita ou Alemão, embora tenha contribuído para a abertura no país.

Golpe dado (1964- 1967). O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco assume a presidência em 15 de abril de 1964, tento como vice José Maria Alkmin. O mandato termina em 15 de março de 1967.
De 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969. Quem substitui Castelo Branco foi o marechal Artur da Costa e Silva, que governa de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969, tendo como vice o civil Pedro Aleixo. Todos os presidentes do período da Ditadura eram eleitos indiretamente pelo Congresso Nacional, Costa e Silva foi “eleito” em 03 de outubro de 1966.

Costa e Silva edita o Ato Institucional (AI) 5, em 13 de dezembro de 1968, sendo esse o mais duro de todos os Atos Institucionais, sofre três AVCs em 27 de agosto de 1969 (dizem que há controvérsia). 
30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974. Após a Junta Provisória, o presidente que substitui Costa e Silva, por meio de eleição indireta, em 25 de outubro de 1969, foi Emílio Garrastazu Médici, cujo vice foi o Almirante Augusto Rademaker (mandato: 30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974). O governo Médici foi o que mais torturou e matou presos políticos, além de ter decretado o famoso 477, o qual bania estudantes de cursos superiores das universidades. Esse decreto foi assinado por Jarbas Passarinho, o então ministro da Educação.

15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Médici foi substituído pelo “conspirador” Ernesto Geisel que teve como vice o general Adalberto da Fonseca, Exército, eleito pelo Congresso Nacional, em 15 de janeiro de 1974, e assume, em 15 de março de 1974. Nessa eleição indireta, Ulysses Guimarães concorreu como “anticandidato”, cujo resultado foi: Geisel – 400 votos – ARENA e Ulysses – 76 – MDB.
15 de março de 1979 a 15 de março de 1985. Geisel foi substituído pelo General João Batista Figueiredo, tendo como vice Aureliano Chaves. Foi de Figueiredo a inesquecível declaração dada a um repórter: “o cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)”.

Figueiredo foi eleito em 15 de outubro de 1978, como candidato da Arena, com 355 votos. Já a rachada Ditadura teve como candidato concorrente o General Euler Bentes Monteiro, do MDB, que obteve 266 votos.

Fim da Ditadura: 15 de março de 1985. 15 de março de 1985 a 15 de março de 1990

Em 15 de janeiro de 1985, para substituir João Batista Figueiredo, foi eleito presidente do Brasil, de forma indireta o ex-governador mineiro Tancredo Neves, tendo como vice José Sarney. Estiveram concorrendo: Tancredo Neves do PMDB, eleito com 480 votos e Paulo Maluf do PDS, com 180 votos. Houve 26 abstenções.  

Tancredo adoece gravemente na véspera de sua posse e não assume o cargo. Em seu lugar, toma posse seu vice, José Sarney, governando de 15 de março de 1985 a 15 de março de 1990. Tancredo morre em 21 de abril de 1985 e Sarney governa sem vice.

Em 1982, tem-se a primeira eleição direta para vereadores, para prefeitos, para governadores, e para dois terços do senado (um terço ainda era biônico). Os prefeitos das capitais e das cidades estratégicas, que continuaram biônicos, foram indicados pelos governadores. Só não houve eleição para presidente. Golbery do Couto e Silva, o feiticeiro, institui o “chamado voto vinculado”, o que dá ao PMDB a maior vitória da sua história.

15 de março de 1990 a 29 de dezembro de 1992. Fernado Collor de Mello substitui José Sarney, tendo como vice Itamar Franco. Essa foi a primeira eleição direta para presidente da República depois da Ditadura Militar. Collor sofreu impeachment em 29 de setembro de 1992, e seu vice Itamar Franco assume a presidência, governando de 29 de dezembro de 1992 a 1º de janeiro de 1995.  No governo Itamar Franco foi apresentado e aprovado o Plano Real que debelou o maior problema da economia brasileira, a inflação. O autor do plano foi Fernando Henrique Cardoso, o, então, Ministro da Fazenda e contou com o apoio de vários economistas, dentre eles: Pérsio Arida, Pedro Malan, Gustavo Franco, Edmar Bacha, André Lara Resende, Winston Fritsch e Armínio Fraga.

1º de janeiro de 1995 a 1º de janeiro de 2003. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 03 de outubro de 1994, ganha a eleição presidencial em 1º turno, derrotando Lula e Eneas Carneiro, e leva como vice o senador Marco Antônio Maciel (PFL).

1 de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011. Luiz Inácio Lula da Silva substitui Fernando Henrique Cardoso e leva como vice o empresário José de Alencar, tanto no primeiro mandato como no segundo.

1° de janeiro de 2011 a 31 de agosto de 2016. Lula foi substituído por Dilma Rousseff, tendo como vice Michel Temer. A presidente Dilma Rousseff foi eleita, no segundo turno, no dia 31 de outubro de 2010, derrotando José Serra e foi reeleita em 2014, quando ela derrotou Aécio Neves. Dilma sofre impeachment em 31 de agosto de 2016. Assume a presidência Michel Temer que era o seu vice.

1º de janeiro de 2019 a 1º janeiro de 2023. Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República, em 2º turno, no dia 28 de outubro de 2018, derrotando Fernando Haddad. Bolsonaro tinha como vice Antônio Hamilton Martins Mourão. Durante o governo Bolsonaro, o mundo todo passou pela pandemia do Coronavírus. Só no Brasil, mais de 700 mil pessoas morreram em decorrência da doença. Esse foi um período de muito negacionismo em relação à ciência.

1º de janeiro de 2023 a 1º de janeiro de 2027. Lula vence as eleições, derrota Bolsonaro, em 2° turno, no dia 30 de outubro de 2022. Concorre como vice de Lula o ex-governador de São Paulo, Dr. Geraldo Alckimin.

Oswaldo Fernandes foi secretário da Educação em Jundiaí

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