CIDADÃOS DA ÁGUA

Programa de Jundiaí incentiva crianças aos esportes náuticos

Por Luana Nascimbene |
| Tempo de leitura: 3 min
DIVULGAÇÃO / VELAS DO JAPI
Embora distante do litoral, Jundiaí tem uma grande relação com os esportes náuticos
Embora distante do litoral, Jundiaí tem uma grande relação com os esportes náuticos

A ONG Velas do Japi vai iniciar, no primeiro semestre de 2026, um novo curso de vela voltado a crianças e adolescentes de 10 a 17 anos no Parque da Cidade, reforçando o movimento que tem aproximado jovens jundiaienses dos esportes náuticos. O programa, chamado Cidadãos da Água, nasce fortalecido pelos resultados do projeto-piloto realizado neste ano, que já revelou um atleta local em competições estaduais.

Embora distante do litoral, Jundiaí tem uma grande relação com os esportes náuticos. O impulso vem da ONG Velas do Japi, que nos últimos anos tem transformado a represa do Parque da Cidade em porta de entrada para a canoagem, stand up paddle, caiaque e, principalmente, a vela. A partir de 2026, a entidade inicia um novo curso para atrair mais crianças e adolescentes para as águas, consolidando um projeto que busca tornar o esporte mais acessível e criar uma cultura náutica na cidade.

O programa, chamado Cidadãos da Água, atenderá jovens de 10 a 17 anos em turmas reduzidas. As aulas começam diretamente na represa, um ambiente considerado 100% seguro pela ONG por ser área de abastecimento e não permitir barcos a motor. Os alunos aprendem fundamentos de navegação, leitura de vento, manobras básicas e noções de segurança, com progressão até velejar sozinhos no barco Optimist, embarcação padrão para iniciantes. A ideia é, no futuro, abrir também turmas para crianças mais novas.

A presidente e uma das idealizadoras do Velas do Japi, Carol Frutos, afirma que o objetivo é mais amplo do que ensinar técnica. “Queremos que essa cultura cresça muito em Jundiaí. Que as crianças comecem cedo, aprendam na infância e continuem velejando por muito tempo”, diz. Segundo ela, o projeto combina esporte, contato com a natureza e valores como autonomia, disciplina e tomada de decisão.

O novo curso nasce após um piloto realizado no segundo semestre de 2025, que testou o formato e revelou o potencial dos jovens da cidade. O desempenho da turma surpreendeu a equipe. “Tivemos um resultado muito positivo da criançada que participou. Estamos há muito tempo tentando tirar essa ideia do papel e finalmente está acontecendo”, afirmou Carol.

REVELANDO TALENTOS

Entre os frutos colhidos pelo projeto está o jovem Bruno Argento, que conheceu o esporte no Velas do Japi e, dois anos depois, já competiu em um campeonato estadual na classe Optimist. Ele encerrou recentemente sua participação na categoria e iniciará a transição para a classe Laser, etapa que marca o avanço de velejadores rumo ao cenário nacional.

Para Carol, momentos como esse são consequência natural quando crianças têm acesso à água, ao esporte e a um ambiente seguro para experimentar. O Parque da Cidade, onde o projeto é sediado, facilita esse contato. Em um local preservado, sem motores e com monitoramento constante, os alunos podem vivenciar a prática com tranquilidade.

Com a abertura das novas turmas, o Velas do Japi espera ampliar o alcance do programa e aproximar mais jovens de um esporte que exige estratégia, paciência e leitura do ambiente. Em uma cidade onde a vela era quase inexistente, a ONG aposta que essa nova geração pode transformar o cenário, seja competindo, seja simplesmente descobrindo outro jeito de estar na água.

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