Após o impacto da tarifa de 50% imposta unilateralmente pelos Estados Unidos sobre as nossas exportações para aquele País, o Brasil ampliou acentuadamente ações comerciais internacionais, a fim de mitigar os possíveis efeitos negativos na atividade econômica em nossas empresas exportadoras e objetivando também manter o nível de empregos no País.
Não obstante uma queda de cerca de 38 % nas nossas exportações para os americanos, em outubro passado, o resultado das nossas relações com o exterior, de janeiro a outubro deste ano, registrou números relativamente estáveis; A Balança Comercial, com exportações e importações de mercadorias, apresentou um superávit de US$ 52,4 bilhões; o Balanço de Serviços e as Transferências Unilaterais, como donativos, tivemos um déficit de US$ 131,3 bilhões, o que resultou em um déficit em Transações Correntes com o exterior de US$ 78,9 bilhões-números não favoráveis.
Entretanto, na Conta de Balanço de Capitais, tivemos, em compensação, o recebimento de um nível de Investimentos Diretos dos Estrangeiros, em Ativos Fixos, da ordem de quase US$ 80 bilhões, o que cobre o déficit acima. Portanto, não teremos dívidas a pagar com o exterior e nem a necessidade da utilização de parte das nossas Reservas Internacionais, hoje de US$ 345,0 bilhões.
Em contrapartida, cresceram acentuadamente as nossas exportações para a China e o Sudeste Asiático.
Já com o início da COP30, Conferência para o Clima da ONU – Organização das Nações Unidas, que está sendo realizada em Belém – Pa, de 10 a 21 deste mês, o Brasil vem demonstrando para o planeta as vantagens comparativas das assimetrias que temos em múltiplos setores da atividade econômica, de grande interesse mundial, incluindo, com destaque, a condição detentora da segunda maior reserva mundial de minerais críticos, em terras raras, logo após a China.
Aos poucos, a condição de uma das economias mais fechadas do mundo vai se dissipando e a aderência de um grande número de empresas brasileiras de médio porte ao Comércio Internacional vai ampliando as oportunidades de crescimento em seus negócios, através de exportações, tornando-as mais resilientes à eventuais crises temporárias na economia brasileira.
Ainda na COP30, cinquenta países já apoiaram o Fundo Florestas Tropicais, lançado pelo Brasil, para obter recursos para investimentos na preservação, reflorestamento e incentivo para a sustentabilidade não só da floresta, mas também dos habitantes daquelas regiões. Alguns países já anunciaram aportes de capitais e, até sábado passado, já atingiram US$ 5,6 bilhões. A expectativa é que os aportes venham a superar, nesta fase inicial, a cifra de US$ 10 bilhões e, ao longo do tempo, vis a vis os resultados alcançados dos objetivos definidos, que esses valores possam crescer substancialmente.
É o que o Brasil espera e de que precisamos.
Messias Mercadante de Castro professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e consultor de empresas