OPINIÃO

O que a chacina do Rio de Janeiro nos ensina 


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Querido (a) leitor (a). Hoje o assunto é triste, porém pertinente ao momento. Todos acompanhamos a maior chacina dos últimos anos até mesmo comparada à chacina da prisão do Carandiru. Vimos mães desoladas sobre o corpo de seus filhos.

Mães que, embora saibam que os seus filhos estavam na vida do crime, sentem a dor profunda de perder aquele a quem ela deu à luz. A sua dor é duplamente mais profunda, pois, esta mãe perdeu o seu filho duas vezes: a primeira vez foi para o crime e a segunda vez para a morte literal.

Mas, o que acontece com tantos jovens que se envolvem no crime ou no tráfico? Há uma fórmula mágica que mude essa situação? Não, porém, há algo que, embora muitos acreditam ser antiquado e sem importância, mas que pode mudar a vida de muitas pessoas e tirá-las do fundo do poço, a educação!

Sim, a educação pode mudar a vida de muita gente, mas, o que acontece que os jovens, principalmente os mais vulneráveis, veem no tráfico uma oportunidade de ganhos rápidos? Imagine: o garoto que tem uma vida de falta, de escassez, muitas vezes, vivendo em um ambiente familiar disfuncional. Alguns veem o pai ou a mãe sair de madrugada para trabalhar por um salário vergonhoso.

Mas, de repente surge a oportunidade de ganhar um dinheiro considerável  por um trabalho simples, porém criminoso. Aquele jovem que tem as suas vontades materiais que ele vê os "desenfluencers" ostentando, acreditando que tudo o que está na internet é verdade, não pensa duas vezes em aceitar a vida do crime.

E a escola? Esta está fora de cogitação. Para esses jovens, estudar é perda de tempo, como se a sua juventude fosse durar para sempre. Eles se acham os maiorais, os mortais, aqueles que decidem a vida e a morte de pessoas inocentes, pais de família, trabalhadores.

Na verdade são reles peões, mandados pelos verdadeiros bandidos que não estão no morro, mas sim, nos condomínios de luxo, em grandes empresas, na política. Os verdadeiros bandidos que comandam toda essa criminalidade possuem colarinhos brancos e não chegam nem perto dos morros, apenas os sobrevoam com os seus jatinhos e helicópteros. Pense nisso.

Micéia Lima Izidoro é pedagoga, psicopedagoga e neuropsicopedagoga 

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