A mulher capturada por policiais militares enquanto trabalhava, em uma empresa no Jardim Ermida, em Jundiaí, na noite desta quinta-feira (23), durante cumprimento de mandado de prisão preventiva por tráfico de drogas, expedido pela Justiça de Alagoas, teve a preventiva convertida em prisão domiciliar e será transferida da Cadeia de Itupeva para sua casa, nesta tarde desta sexta-feira. Isso porque, segundo história divulgada pelo Jornal de Jundiaí e confirmada pelo escritório de advocacia que a representa, a prisão trata-se de um "erro judiciário".
De acordo com o advogado Marcelo Adriano de Oliveira Lopes, do escritório Detilio & Oliveira Lopes, "não é ela (a criminosa), trata-se de um erro judiciário. Ela perdeu os documentos em 2010 na Galeria Pajé, em São Paulo, e fez Boletim de Ocorrência na época. Depois, teve problemas porque usaram os dados dela para financiamentos e também levou multas. Inclusive, ela nunca esteve em Alagoas", disse ele, que completou. "Ela tem nível superior em logística, uma filha que estuda em escola particular e treina em academia particular em Jundiaí".
Lopes explicou os próximos passos; "a audiência foi boa e graças a Deus ela vai deixar o cárcere à tarde. Mas tendo em vista que a natureza da prisão é preventiva, da Justiça de Alagoas, a juíza converteu a preventiva em domiciliar, onde vai permanecer presa na casa dela, podendo cuidar da filha de 6 anos. E nesse sentido, já estamos habilitando nos autos do processo criminal de Alagoas, para pedir a revogação da prisão. É uma vitória", comemorou.
O JJ está tentando contato com o poder judiciário de Alagoas para que se pronunciem sobre o caso.
ENTENDA O CASO
Os policiais de Força Tática do 11º Batalhão receberam um mandado de prisão com ordem para executá-lo. O endereço apontado foi o local de trabalho da suspeita, que estava em serviço naquele momento. Os PMs foram até o local e a cientificaram do mandado, momento em que ela começou a chorar diante de colegas de trabalho, alegando um engano, informando que estava trabalhando na referida empresa há dois anos, e que não havia feito viagens longas durante este período, muito menos para Alagoas - período em que o crime teria sido cometido, naquele estado.
O JJ apurou que, diante da situação, a polícia de Alagoas foi consultada sobre a pessoa presa e que estava sendo investigada, e de fato os dados pessoais bateram com a mulher que estava sendo presa em Jundiaí. Foi requisitada então a foto dela e, para surpresa, não condizia com a trabalhadora.
Apesar da suspeita de engano, os PMs foram obrigados a executar o mandado e a levaram para o Plantão Policial, onde foi cumprido - ela foi levada para a Cadeia Pública Feminina de Itupeva.
Pela manhã, a reportagem do Jornal de Jundiaí tomou conhecimento da situação e acionou fontes ligadas ao judiciário, solicitando checagem da situação, para que a prisão fosse reparada em caso de engano. Após isso, o JJ conseguiu contato com o advogado, ainda antes da audiência de custódia, que acabou em conversão em prisão domiciliar.