Querido leitor, hoje eu resolvi abordar um tema que muito se tem visto e ouvido: o tratamento que as crianças atípicas e suas famílias estão recebendo dos "profissionais" que os atendem.
Eu, como psicopedagoga e neuropsicopedagoga, atendo crianças atípicas e suas famílias e sei o quão difícil é o dia a dia dessas famílias. Mas, o que mais me deixa atordoada, é o fato de que aqueles que eram para acolher essas crianças e suas famílias não estão acolhendo, mas sim, dificultando esta jornada desafiadora.
Querido leitor, são inúmeros casos que chegam até mim, de crianças que são tratadas de forma humilhante por professores, crianças que são "laudadas" sem testes avaliativos, sem exames clínicos e neurológicos. Famílias que se desdobram entre inúmeras terapias que não mostram resultados satisfatórios por serem realizadas coletivamente sem a observação individualizada do paciente.
Temos famílias em desespero pelo fato de esperarem 3 anos na fila para levar seus filhos à uma consulta com um neuropediatra. Isso sem contar os testes caríssimos que muitos pais precisam se desdobrar para conseguirem pagar e muitos não o realizam devido ao alto valor cobrado.
Querido leitor, é essa a inclusão existente? Mães que têm os seus filhos expostos em reuniões de país no qual o professor compartilha com os presentes o comportamento de seus alunos atípicos e que muitos desses alunos são tratados como invisíveis dentro da instituição de ensino.
No final da década de 1980, a cada 500 nascimentos, 1 era diagnosticado com autismo. Hoje, temos a estimativa de 1 criança com TEA para cada 31 nascimentos. Ao todo, o Brasil possui 2,4 milhões de pessoas com TEA (seguindo dados do IBGE ). Isso quer dizer que a sociedade precisa estar preparada para cuidar dessas pessoais e de suas famílias
Sendo assim, é importante que haja empatia, acolhimento e, acima de tudo, respeito para com essas crianças e suas famílias. Pense nisso. Conheça o lindo trabalho da ONG 'A casa do Ney' em acasadoney.org e @acasadoney.
Micéia Lima Izidoro é professora (miceialimaizidoro@gmail.com)