OPINIÃO

Perspectivas para o Brasil e mundo


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Faltando 78 dias para terminar o ano, os resultados e as projeções econômicas indicam que o crescimento da economia brasileira se situará entre 2,3% a 2,5%.

A inflação, com a desaceleração nos preços dos alimentos e a queda da taxa de câmbio, que tornam mais baratas as nossas importações, deverá ficar próxima da meta superior de 4,5% no ano.

A taxa básica de juros – a SELIC deverá permanecer em 15% ao ano, o que se deve a política fiscal desancorada das expectativas por uma maior rigidez nos gastos públicos, que, ao contrário, sobem continuamente. Por isso, principalmente, a política monetária austera do Banco Central. Se neste ano essa realidade é recorrente, para 2026, ano de eleição presidencial, o Governo pode desandar mais ainda nos gastos públicos e, consequentemente, no Déficit Primário (Receitas, menos as despesas, fora os juros sobre a Dívida Interna de R$ 9,6 trilhões), o que provocará um aumento para quase 80% o percentual da dívida na proporção do  PIB - Produto Interno Bruto de R$ 12,7 trilhões.

No fronte externo, de janeiro até aqui, registrou-se um déficit em Transações Correntes (resultados da Balança Comercial, mais Balanço de Serviços e Transferências Unilaterais), da ordem de US$ 75 bilhões. Essa conta pode crescer um pouco mais, mas é compensada, em parte, com a entrada de divisas sob a forma de Investimentos Diretos dos Estrangeiros (ativo fixo), que pode atingir a cifra de US$ 70 bilhões no ano.

A arrecadação tributária (receitas) vem crescendo gradualmente, todos os meses do ano, mas, todavia, os gastos do Governo crescem mais que proporcionalmente, gerando déficits.

Entrementes e contemporaneamente há, no mundo, um processo conturbado na organização econômica na principal e maior economia do mundo – os Estados Unidos, que vem enfrentando dificuldades subjacentes às decisões econômicas do presidente Donald Trump de impor pesadas tarifas às suas importações, impactando a corrente de Comércio Exterior com a China, Japão, outros países do Sudeste Asiático, com a Europa e América Latina que, começa a refletir, com a queda de ritmo da atividade econômica interna,  pressões inflacionárias naquele país, a desvalorização do dólar e dos Títulos do Tesouro Americano, os Treasuries Bonds que, aliás e não sem motivos, estão sendo esvaziados das reservas internacionais, da China, Japão e Alemanha, substituídos por ouro e criptoativos. O ouro já subiu neste ano, 54%.

Há, no sistema, segundo a Diretora Geral do FMI – Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva , um elevado grau de incertezas sobre estabilidade econômica global, o que corroboram os fatos narrados acima e, pontualmente, o enfraquecimento do dólar no mercado mundial.

É preocupante, em parte, os possíveis efeitos da mobilidade mais acentuada, da poupança e investimentos do exterior, nas economias emergentes e ou, em desenvolvimento, o que pode afetar economias como a brasileira.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e consultor de empresas

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