Graças à agilidade do filho, uma idosa de 73 anos, moradora em Campo Limpo Paulista, escapou de ser lesada por estelionatários que se passaram por operadores de suporte técnico do Mercado Livre, para invadir o celular dela e fazer compras e empréstimos através de conta no PicPay. Eles chegaram a tentar realizar transações usando o aparelho dela após a instalação de um vírus, mas o filho, de 43 anos, conseguiu inutilizar o aparelho. "Como não sabemos o quanto eles conseguiram mexer e colher de dados dela, antes de o celular ser resetado, vamos fazer o Boletim de Ocorrência para não termos problemas", disse ele, em conversa com o Jornal de Jundiaí.
De acordo com filho, a mãe comprou um produto pelo Mercado Livre (ML), com entrega agendada para ser feita no local de trabalho dele. No dia combinado, o aplicativo do 'ML' informou sobre a conclusão da entrega e ela o avisou. "Só que, na verdade, não entregaram o produto, então orientei minha mãe a registrar uma reclamação informando que estava acontecendo, e assim ela fez" explicou ele. "Só que dois dias depois da data agendada, chegou o produto no meu local de trabalho."
Um dia depois (na última quinta-feira, 9), a mãe recebeu ligação de um suposto operador de suporte técnico – informação que inclusive constava na descrição do número que estava entrando em contato, com o selo do ML –, questionando sobre a reclamação dela, como se fosse uma resposta da empresa. Ela então explicou que já havia recebido o produto, e que estava tudo bem. O bandido disfarçado pediu 'desculpas pelo inconveniente' e ofereceu a ela um voucher como 'compensação', o que a 'conquistou'. Para ganhar ainda mais a confiança da vítima, ele disse que estava constando que havia oito atualizações do aplicativo do ML disponíveis, mas que ela havia ignorado, e se ofereceu para ajudá-la, caso fosse de seu interesse.
A vítima aceitou a passou a seguir as orientações do golpista, instalando sem perceber, aplicativos com o selo da empresa acompanhados de vírus. "Aí é que está o golpe. Eles conseguiram invadir o celular e ela ficou sem poder mexer. Eles criaram um aplicativo no PicPay e começaram a mexer no Mercado Livre dela, tentando inclusive compras e empréstimos, que não conseguiram por conta do valor alto."
Antes que pudessem tentar valores menores e assim conseguirem realizar transações, ou mesmo solicitar empréstimos a amigos da vítima, no WhatsApp, ela pediu ajuda ao filho, que estava chegando do trabalho. "Mas o celular estava controlado pelos criminosos. Então forcei o desligamento do celular e reiniciei, interrompendo momentaneamente o que estavam fazendo. Ao religar, tive uma 'janelinha' de tempo antes de o celular conectar a internet e consegui desligar a internet do celular. Aí parou e eles não conseguiram mais continuar."
Após isso ele tentou excluir o vírus e resetar o celular, o que só conseguiu no dia seguinte. "Minha mãe é esperta, mas eles foram muito convincentes, afinal, sabiam da compra feita, sabiam do problema da entrega, no número de contato havia o selo do ML e a descrição de suporte técnico, eles tinham o histórico de compras dela... Mas já dei orientações de que nenhuma empresa faz contatos telefônicos e, quando isso acontecer, ou desliga ou ela mesmo faz o contato através de número oficial dos canais de SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor."
Mãe e filho farão um Boletim de Ocorrência sobre o caso.