ESTRATÉGIA

Em ano eleitoral, Estado reforça investimentos em área social

Por Felipe Torezim | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/Governo do Estado
Tarcísio de Freitas irá potencializar investimentos no social e reduzir orçamento da segurança pública
Tarcísio de Freitas irá potencializar investimentos no social e reduzir orçamento da segurança pública

Segundo informações do Estadão, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) elaborou um orçamento para 2026 com redução nos investimentos estaduais e reforço nas áreas sociais — com destaque para o SuperAção, programa paulista de combate à pobreza, que funciona como uma espécie de contraponto ao Bolsa Família. A proposta prevê um investimento total de R$ 31,5 bilhões no próximo ano, dos quais R$ 1,9 bilhão será destinado à área social. Em comparação, em 2024, os investimentos totais somaram R$ 32,9 bilhões, com R$ 1,3 bilhão voltado para programas sociais. Apenas para o programa, Tarcísio quer destinar R$ 553 milhões, contra os 12 milhões previstos para 2025.

A medida é considerada eleitoreira por analistas políticos. Para o doutor em filosofia do direito, Walter Celeste, Tarcísio de Freitas é um governador em busca de uma identidade após abandonar o perfil moderado, assumir um papel mais radical e se enfraquecer após os recentes abalos sofridos pela extrema direita. “A aposta na pauta social é uma forma de se solidificar no Estado de São Paulo e conseguir a reeleição. A partir de 2026, ele terá um caminho mais aberto para a presidência da república sem a concorrência do Lula”, explica.

Apesar disso, Walter faz ressalvas, pois o governador sempre passou a imagem de trabalhar para os ricos e mudar essa imagem não será uma tarefa fácil. “Ele foi um dos principais articuladores para derrubar a Medida Provisória (MP) de taxação aos super-ricos e bets. Tarcísio também não tem uma boa imagem perante aos professores, pois a educação está entregue a um grupo de pessoas que pensam a educação de uma forma empresarial e tratam professores como se fossem máquinas, trazendo prejuízos à vida deles”, explica.

O presidente honorário do PSB e com mais de 40 anos de experiência em organização de campanhas políticas, professor Oswaldo José Fernandes reprova a medida. “Investimento na área social tem que ser feito sempre, independente das eleições. É obrigação. O que foi feito pelo governador nos últimos anos? O que ele investiu na educação, por exemplo? É lamentável reforçar apenas em ano eleitoral”, afirma. “Apesar disso, acredito que não haverá tanto impacto nas eleições, pois São Paulo é um Estado que tem boa renda per capita, boa qualidade de vida e salário acima da média nacional”, completa Oswaldo.

Números

Outras pastas apresentarão orçamento menor para o próximo ano. Os valores para a Secretaria de Segurança Pública para o ano que vem, por exemplo, apresenta queda real considerando a inflação: a expectativa é gastar R$ 20,6 bilhões (R$ 21,6 bilhões atualizados) neste ano e R$ 21,2 bilhões no próximo. O programa de integração dos órgãos de segurança, medida considerada fundamental para combate ao crime organizado, deve receber R$ 968 milhões em 2026 e, neste ano, o montante foi de R$ 1,3 bilhão. Já os gastos com pessoal e encargos sociais subirão de R$ 150 bilhões para R$ 159,3 bilhões.

Comentários

Comentários