A Secretaria Municipal de Promoção da Saúde de Jundiaí confirmou, por meio da Vigilância Epidemiológica, a ocorrência de um surto de eritema infeccioso (parvovirose B19) na Escola Municipal de Educação Básica Maria Angélica Lourençon, no bairro Corrupira. Desde o dia 5 de setembro, 31 casos foram diagnosticados entre crianças, a maioria da região. O caso é isolado já que em 2024 não houve registro das doenças.
Segundo a Secretaria, a Vigilância Epidemiológica, em parceria com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região, adotou medidas imediatas assim que o surto foi identificado. As ações incluíram atendimento clínico às crianças afetadas, verificação da situação vacinal, além de orientações à equipe escolar e às famílias
O pediatra e professor do Hospital Universitário (HU), Saulo Passos, explica que o eritema infeccioso é uma doença causada pelo vírus eritrovírus B19 (antigo parvovírus B19), que infecta células precursoras de eritrócitos. Ela é transmitida pelo ar, por meio de gotículas e contato pessoal. “É uma doença leve, que se manifesta com um quadro semelhante à infecção gripal, ou seja, mal-estar, febre e coriza. Após quatro dias surge a vermelhidão no rosto, característica com aspecto de “bochechas esbofeteadas”, e também pode aparecer nos braços e pernas”, comenta.

Saulo Passos ressalta que o quadro deve ser tratado com repouso, analgésico antitérmico e boa alimentação
Apesar disso, o especialista garante que não é uma doença grave. “É um quadro simples, que deve ser tratado com repouso, analgésico antitérmico e boa alimentação, até que se passe a vermelhidão, fase mais característica da doença. Ela pode trazer complicações para gestantes ou crianças com doenças hematológicas, mas ainda sim é uma situação rara”, ressalta. “Não há vacina contra o eritema, mas é importante que as crianças sejam vacinadas contra toda e qualquer outra doença”, salienta.
Saulo ainda explica que as taxas de transmissão são bastante altas e que cada criança pode passar para até outras seis. “A doença para de ser transmitida a partir do momento que aparece a vermelhidão. No momento em que ela é transmissível, a principal característica dela ainda não apareceu, o que dificulta o isolamento, suspensão de aulas, entre outras ações”, argumenta.
A Secretaria de Saúde confirmou que, mesmo com os casos, a escola não foi fechada já que o período de incubação, desde a aquisição do vírus até o início dos sintomas iniciais, ou seja, erupção cutânea ou sintomas de crise aplástica, é de 4 a 14 dias, podendo chegar até a 21 dias. Portanto, casos ainda podem surgir. Quem já teve contato com o vírus e estiver suscetível poderá apresentar os sintomas, sendo orientado que a pessoa busque a UBS Corrupira.
A unidade ressalta que segue monitorando a situação e encaminhará informes técnicos sobre a doença para todas as escolas do município, além de disponibilizar o material no site da Prefeitura. A Vigilância Epidemiológica também está em contato constante com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Estado de São Paulo para o acompanhamento da situação.