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Polícia prende falso cuidador de idosos que atuava em Jundiaí

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
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O suspeito foi capturado na tarde desta quinta-feira em Campinas
O suspeito foi capturado na tarde desta quinta-feira em Campinas

Policiais civis da Deic Homicídios capturaram em Campinas, na tarde desta quinta-feira (9), o homem suspeito de ser o falso cuidador de idosos que vinha sendo procurado desde o último dia 18 de setembro, quando segundo as investigações, a serviço de uma empresa de Jundiaí - especializada em cuidados de idosos -, foi enviado à casa de um paciente em Campinas, e se aproveitou da vulnerabilidade da vítima, de 78 anos, para furtar R$ 100 mil em joias. Ele não confessou este e outros crimes.

O trabalho de investigação que resultou no pedido de mandado de prisão, cumprido nesta tarde, foi do 4º DP de Campinas. Sob coordenação do delegado Rodrigo Carvalhaes, os investigadores levaram apenas quatro dias para identificar o suspeito e colher provas suficientes para pedir a prisão. Agora, com ele preso, a polícia espera que mais vítimas possam denunciá-lo. "Acreditamos que possa haver mais vítimas, mas que não registraram o Boletim de Ocorrência. Então se houver pessoas que contrataram um cuidador, e que este cuidador deixou de prestar o serviço repentinamente após furtar dinheiro, joias ou outros objetos de valor na casa, que procurem o 4º DP de Campinas para fazer o reconhecimento", disse Carvalhaes.

O suspeito está sendo apresentado na delegacia, onde os policiais colherão seu depoimento. Existe a expectativa de se conseguir recuperar ao menos parte das joias furtadas desta vítima de 78 anos, e de outras também.

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RELEMBRE O CASO

De acordo com as investigações, o suspeito tem empresa aberta e oferece serviços de cuidador para outras empresas, especializadas. Foi assim que conseguiu trabalho em uma instituição privada especializada em São Paulo, em março deste ano, pela qual foi enviado para atendimento a uma pessoa idosa e acamada, na Capital. Durante o 'trabalho', ele furtou mais de R$ 20 mil em jóias da vítima. Após o crime ser descoberto, ele não foi mais trabalhar e passou a ser alvo de investigações.

A mesma forma de atuação ele usou para conseguir trabalho em uma empresa especializada em Jundiaí. Com bom papo, ele passou por entrevista, ludibriou a todos e conseguiu a vaga. No dia 18 deste mês, a empresa o enviou à casa de um idoso de 78 anos, em Campinas, que havia passado por cirurgia de risco e estava bastante debilitado. No local, ele se aproveitou da vulnerabilidade da vítima, foi até um dos quartos e revirou tudo. Após arrombar uma gaveta, encontrou dólares e jóias, avaliadas em R$ 100 mil, e as furtou. Assim como aconteceu em São Paulo e em outros casos em que é suspeito, ele simulou um imprevisto - como um familiar doente ou mesmo estar se sentindo mal -, e deixou o local rapidamente com os bens furtados. E também da mesma forma, ele não foi mais trabalhar após o crime ser descoberto.

O caso foi registrado no dia seguinte pela vítima. Imediatamente foi instaurado inquérito pela equipe do delegado José Leandro Moreira Falkine, com assistência do delegado Rodrigo Carvalhaes. Em quatro dias, ele foi identificado, inclusive como alvo de outra investigação em que um mandado de busca e apreensão já havia sido cumprido por outra delegacia. Na ocasião, foram aprendidos um carro e dois celulares. Nos aparelhos, a perícia identificou conversas suspeitas em que ele parece negociar jóias, produtos de crimes anteriores.

Ainda durante as investigações sobre o crime do dia 18 deste mês, representantes da empresa de Jundiaí também foram ouvidos e ajudaram na elucidação. Com reconhecimento por parte da vítima e outros indícios de crime, os delegados solicitaram os mandados à Justiça, que foram concedidos. Nesta segunda, os mandados foram cumpridos na casa de sua mãe, onde ele costumeiramente dorme e deixa pertencentes. No entanto, o alvo não estava no local e as jóias não foram localizadas.

LAVAGEM DE DINHEIRO

Também durante as investigações, os policiais de Campinas solicitaram à Justiça quebras de sigilos telefônico, telemático e bancário, monitoramento de ERB (envolve a análise dos dados gerados pelas torres de telefonia celular para rastrear a localização e a atividade de dispositivos móveis), além da expedição de ofícios à Receita Federal para apuração de evolução patrimonial. Também foi acionado o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para investigar eventual lavagem de dinheiro proveniente da venda das joias subtraídas, cujo Relatório de Inteligência Financeira (RIF) apontou significativas movimentações bancárias suspeitas.

BUSCAS E ALERTA
De acordo com Rodrigo Carvalhaes, além da prisão do suspeito, é importante frisar neste caso a conscientização. "É importante que as pessoas se conscientizem para contratar um cuidador, no sentido de estarem sempre observando seu trabalho. Quanto às investigações, estão absolutamente céleres, tanto é que o inquérito foi aberto em uma segunda-feira e na sexta-feira já tínhamos todo o conteúdo necessário para os mandados de prisão, e de busca e apreensão.

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