A mulher de 51 anos, suspeita de filmar e incentivar uma sessão de tortura contra uma criança, no Jardim América, em Várzea Paulista, na última terça-feira (16), e a filha dela, de 14 anos - que aparece no vídeo com outros adolescentes, agredindo o menino -, foram capturadas pela polícia na manhã desta quinta-feira (18), em cumprimento de mandados de prisão e apreensão, respectivamente. A mãe, que alegou estar arrependida, foi indiciada e responderá por tortura, corrupção de menores e submissão de criança a vexame e constrangimento.
O Ministério Público (MP) havia requisitado à Vara da Infância de Várzea a apreensão da adolescente, assim como a polícia havia solicitado junto à Justiça a prisão preventiva da mãe. Ambos os mandados foram concedidos nesta quarta-feira (17) e cumpridos na manhã desta quinta.
Mãe e filha foram levadas para a delegacia da cidade e prestaram depoimento. A mulher será levada para a cadeia pública feminina de Itupeva (em cela de triagem) e a jovem para a Fundação Casa, onde devem permanecer recolhidas até novo pronunciamento da Justiça e durante as investigações.
A vítima, que a princípio tem 11 anos, ainda não foi localizado pela Polícia.
Relembre o caso
A Polícia Civil de Várzea Paulista recebeu denúncia sobre um caso possivelmente de tortura contra uma criança de 11 anos, ocorrido na região do Jardim América, em Várzea Paulista, na terça-feira, em que uma mulher é conivente e incentiva adolescentes e outras crianças a baterem no menino, enquanto ele está amarrado em uma barra de ferro. No vídeo, extremamente brutal, a mulher narra as agressões e as permite, como castigo por um suposto roubo de celular praticado pelo garoto.
Durante a narração, a mulher conta que o menino e alguns amigos roubaram o celular da filha dela. Ela então autoriza as filhas e outras crianças a darem socos e chutes no garoto: "podem bater vocês também, porque eu não posso, mas vocês podem e eu me responsabilizo", diz ela, enquanto o menino grita de dor.
O vídeo, que foi encaminhado por um leitor à redação do Jornal de Jundiaí, também chegou para o delegado de Várzea Paulista, Rafael Diório. Ainda na manhã de terça-feira, segundo apurou o JJ, ele já deu início aos trabalhos, ouvindo testemunhas e também a mulher que filma e narra as agressões.