SAÚDE COMPROMETIDA

Obesidade infantil torna-se desafio para família e medicina

Por Simone Oliveira |
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Divulgação
Segundo dados do SISVAN, uma em cada três crianças apresenta sobrepeso ou obesidade
Segundo dados do SISVAN, uma em cada três crianças apresenta sobrepeso ou obesidade

Uma em cada três crianças já apresenta sobrepeso ou obesidade. O dado de 2025 é do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), órgão ligado ao Ministério da Saúde. Apesar de parecer uma realidade entre as crianças brasileiras, o alerta de especialistas é quanto às doenças que estão escondidas atrás do excesso de peso.

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Jundiaí, a pediatra e professora da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Ana Paula Antunes, lembrou que a situação é preocupante porque a obesidade resulta da combinação de fatores genéticos e ambientais. Crianças de famílias com histórico de obesidade têm maior predisposição, porém o ambiente costuma pesar mais.

“Falta de atividade física, excesso de alimentos ultraprocessados, consumo elevado de açúcar e até o tempo de tela durante as refeições influenciam diretamente no ganho de peso”, explica. A especialista lembra que a predisposição genética deve ser levada em conta, mas não significa que a criança será obesa. Hábitos de vida saudáveis e prática regular de atividade física ajudam a quebrar esse ciclo. “Infelizmente os pais têm dificuldade em identificar quando a criança deixou de ser apenas “fofinha” e passou a estar acima do peso.

O problema é que, quando o excesso se torna visível, a obesidade já pode estar em estágio avançado.” Por ser uma doença crônica, a obesidade aumenta o risco de diabetes, hipertensão, infarto e até AVC. A prevenção deve começar já na gestação. “A alimentação equilibrada da gestante, o estímulo ao aleitamento materno e a introdução alimentar correta são etapas decisivas. Além disso, as consultas regulares com o pediatra permitem acompanhar o crescimento por meio de gráficos e detectar precocemente sinais de sobrepeso”, orienta.

Entre os comportamentos recomendados pela médica estão estimular atividades físicas, priorizar alimentos naturais, reduzir o consumo de ultraprocessados e açúcares, limitar o tempo de telas, valorizar refeições em família e até envolver as crianças no preparo da comida. “Mais do que falar, é preciso mostrar. A criança que vê a família se alimentando bem e praticando atividade física tem mais chances de seguir esse caminho.”

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