Com temperaturas oscilando entre 14º C e 27º C e umidade relativa do ar entre 35% e 40%, quem tem predisposição às alergias ou irritações nas mucosas sofrem com as consequencias do tempo seco. As unidades hospitalares não registram altos índices nas internações, mas em contrapartida as farmácias percebem aumento na procura de alguns medicamentos, em especial antialérgicos e descongestionantes nasais.
Mesmo para quem deseja apenas um ‘alívio’ momentâneo, a automedicação é perigosa. O farmacêutico Yago Fêlix Mendes comenta que durante os períodos de clima seco há um aumento significativo na procura por medicamentos destinados ao alívio de sintomas respiratórios e alérgicos com destaque para os antialérgicos, descongestionantes nasais, xaropes para tosse e soluções salinas para lavagem nasal.
“A procura ocorre em todas as faixas etárias, contudo, nota-se uma maior sensibilidade nas crianças até pelo sistema respiratório infantil estar em desenvolvimento o que a torna mais suscetíveis a crises alérgicas, irritações e infecções respiratórias nesse período”, comenta Mendes, ao reforçar também que os colírios lubrificantes também têm importante saída neste período.
Segundo o Hospital São Vicente, unidade que administra os Pronto-Atendimentos (PAs), em agosto foram registrados 20 internações referentes à Influenza, mas nada relevante para o período.
De acordo com o Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí (HU-FMJ), nas últimas duas semanas não foi registrado aumento nos casos de doenças respiratórias. O HU também destaca que o número de internações segue estável e dentro do esperado para o período.

Segundo o farmacêutico Yago Fêlix Mendes a procura tem sido grande pelos antialérgicos, descongestionantes nasais e xaropes para tosse
Atenção às crianças
O pediatra e professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Emmanuel Oliveira, reforça que em épocas de clima mais seco, as crianças podem apresentar mais espirros, tosse seca e dificuldade para expelir muco, em alguns casos potencializando episódios de rinite, bronquite e crise de asma.
Para aliviar esses sintomas, é recomendável realizar lavagem nasal com soro fisiológico duas a três vezes ao dia. Esse procedimento simples ajuda a manter as vias aéreas limpas, reduz a formação de crostas e diminui o risco de sangramentos no nariz.
A pele dos pequenos também sofre com a baixa umidade. O rosto, braços e pernas podem ficar mais ásperos, com rachaduras, descamação ou mesmo piora de eczema e dermatite atópica. Para minimizar esse desconforto, os banhos devem ser rápidos, em temperatura morna, evitando água muito quente e sabões fortes. Após o banho, pomadas e cremes hidratantes ajudam a dar mais conforto às crianças.”
Nos ambientes onde a família passa mais tempo, manter a umidade relativa entre 40% e 60% faz grande diferença. Para isso, você pode usar umidificador de ar limpo, lembrando de trocar a água diariamente e higienizar o aparelho ou dispor recipientes com água nos cômodos. “Os olhos e as mucosas nasais são igualmente afetados pelo ar seco. A sensação de “areia” nos olhos, coceira ou vermelhidão pode indicar olho seco ou predisposição a conjuntivite. Caso a criança reclame de incômodo, lave delicadamente o rosto com água filtrada ou soro fisiológico, sem fricção intensa”, orienta.

O pediatra Emmanuel Oliveira reforça que em épocas de clima mais seco, as crianças podem apresentar mais espirros, tosse seca e dificuldade para expelir muco