O atleta Cristian Westemaier Ribera, de 23 anos, que faz parte do Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas (Peama) da Prefeitura de Jundiaí desde os 4 anos de idade, será um dos principais nomes delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Inverno Milão-Cortina 2026.
Maior evento do esporte paralímpico de inverno, a edição de 2026 dos Jogos reunirá cerca de 650 atletas disputando 79 provas em seis modalidades. A delegação brasileira já encaminhou sete vagas, uma delas deve ser ocupada por Cristian Ribera, que compete no para esqui cross-country e se consolidou nos últimos anos como grande nome da categoria sitting (cadeirante). "Não vou dizer que estou 100% garantido, mas estou sim dentro dos principais critérios para ser convocado, estamos bem encaminhados. A lista oficial sai entre janeiro e fevereiro", explicou o paratleta.
Apesar de ser um atleta “da neve”, Cristian treina no asfalto, seja nas ruas do Varjão ou na pista de atletismo do Bolão, e vive o melhor momento da carreira. Nesta temporada, subiu ao pódio em todas as provas individuais que disputou, levou o Globo de Cristal de campeão da temporada e é o atual campeão mundial, se tornando o primeiro brasileiro a garantir esse título. "No asfalto usamos o rollerski, uma adaptação do esqui com rodinhas, onde conseguimos simular bem a técnica. Esse ano fui campeão mundial, então funciona mesmo [risos], e quando chegamos na neve a principal diferença são nas curvas, por isso vamos aprendendo a nos adaptar cada vez mais rapido", disse Cristian.
Além dos treinos no asfalto, Cristian aproveita a temporada de competições para ficar mais tempo treinando na neve, como fez recentemente, na Argentina. "Temos a oportunidade de ficar um pouco mais na neve para lembrar como é, e estamos a todo vapor", contou.
Essa será sua terceira participação em paralimpíadas de inverno. Cristian competiu em 2018, na Coreia do Sul, e em 2022, na China. Em 2026, vai em busca do tão sonhado pódio.
TRAJETÓRIA
Natural de Cerejeiras-RO, Cristian nasceu com artrogripose, uma doença congênita das articulações das extremidades. Ele se mudou para Jundiaí ainda criança, em busca de tratamento, e conheceu o Peama, onde passou a praticar esportes por influência da família.
Começou no alto rendimento aos 15 anos, quando foi o atleta mais jovem a participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno PyeongChang, em 2018. Já passou por 21 cirurgias para a correção das pernas. Hoje, além do esqui cross-country, também faz natação, atletismo e anda de skate.