SUSPEITO DE ESTUPRO

Justiça de Jundiaí converte prisão de dentista em preventiva

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 4 min
JORNAL DE JUNDIAÍ
O dentista foi levado para o CDP de Jundiaí
O dentista foi levado para o CDP de Jundiaí

O dentista de 31 anos, preso em uma clínica no Centro de Jundiaí, na segunda-feira (18), suspeito de estupro de vulnerável contra uma paciente durante um procedimento de extração de dois dentes, passou por audiência de custódia e teve o flagrante convertido em prisão preventiva. A prisão dele, na segunda-feira, foi feita por policiais militares.

Com a decretação da prisão preventiva, ele foi mantido preso e levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), de Jundiaí, onde vai aguardar a sequência das investigações e um novo posicionamento da Justiça.

O caso, colocado em segredo de Justiça por se tratar de crime sexual, está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

RELEMBRE

A PM foi acionada pela própria vítima, que já os aguardava na porta do consultório, acompanhada do marido. Quando os PMs chegaram, ela relatou que após ter sido sedada para o procedimento, o dentista a estuprou, sendo que ela percebeu na medida que ia acordando lentamente da sedação. "Declaro que deixei o restante do dinheiro com o dentista. Combinei como seria a cirurgia com ele, que me informou que os medicamentos me sedariam. No entanto, acordei um pouco antes. Ele tentou abaixar minha calça, mas estava apertada e não conseguiu. Em seguida, puxou minha blusa, colocou o pênis sobre ela e ejaculou na minha boca e seios. Após isso, ele começou a me limpar com papel toalha. Levantei, saí da sala, e ele veio atrás, dizendo que, se eu quisesse, me devolveria o dinheiro. Em seguida, acionei a Polícia Militar.”.

O dentista, por sua vez, relatou: “Sou médico dentista neta clínica e fui extrair dois sisos do lado esquerdo da boca da paciente. Antes de iniciar a cirurgia, a paciente estava ciente e de acordo em realizar o procedimento sob sedação. Foram administrados os medicamentos Midazolam (15 mg) e Roupynol (1 mg), via oral (comprimidos), por volta das 14h15. Após a administração, iniciamos a limpeza para, posteriormente, realizar a extração. Durante o procedimento, apliquei anestesia local com lidocaína, utilizando três tubetes. Extraí o siso superior primeiro, dei os pontos, depois extraí o siso inferior e limpei o rosto da paciente com papel toalha, pois havia sangue escorrido para o pescoço. Em seguida, fui dar os pontos no dente inferior e, nesse momento, a paciente acordou. Quando acordou, apontou o dedo para mim e perguntou: ‘Por que você fez isso?’. Perguntei do que ela falava, e ela respondeu: ‘Você sabe muito bem, você abusou de mim’. Expliquei que apenas a havia limpado. Ela então levantou rapidamente da cadeira, subiu as escadas cambaleando, chegou até o marido e disse: ‘Chama a polícia agora’. O marido perguntou do que ela falava, e ela disse: ‘O dentista abusou de mim, levantou minha blusa e ejaculou no meu peito e na minha boca’. Ela começou a salivar e tentar cuspir; o marido disse que era saliva. Expliquei que ela ficaria sonolenta e poderia cuspir saliva. Ela insistiu: ‘Não, não, você sabe muito bem que abusou de mim, quero que chame a polícia agora’. O marido tentou acalmá-la, dizendo: ‘Amor, vamos para casa’. Incentivei que ela fosse embora, pois estava sedada e havia outros pacientes no local, e não gostaria que vissem a situação. Ela sentou na cadeira, ligou para a polícia, e eu permaneci na clínica à disposição para esclarecimentos. Quando a polícia chegou, relatei tudo que havia ocorrido.”

Enquanto conversavam com o dentista, os PMs notaram uma mancha branca nas calças dele, e na blusa que a vítima usava, também havia manchas brancas. Inclusive, ao constatar o crime de estupro de vulnerável, foi dada a voz de prisão, lidos os direitos constitucionais do preso, inclusive o direito de permanecer calado.

Os depoimentos de ambos foram ratificados posteriormente no Boletim de Ocorrência.

PERÍCIA
A vítima foi levada para o Hospital Universitário para exames, enquanto que a perícia técnica foi enviada ao consultório, que foi preservado pela PM. Os peritos do Instituto de Criminalística periciaram o consultório e seguida, foram ao HU, onde, em exame nas vestes da vítima, houve resultado positivo para presença de secreção prostática (vestígios de sêmen). Após a realização do exame, os peritos retornaram à delegacia e informaram ao delegado Pedro Henrique Craveiro sobre tudo que foi colhido em campo pericial. Em seguida, foi formada a opinião jurídica do delegado, que ratificou a prisão em flagrante delito do dentista pelo crime de estupro de vulnerável, conforme artigo 217-A do Código Penal.

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